sábado, 22 de novembro de 2025
Próxima de completar 40 anos, indústria goiana investe em P&D para diversificar seu portfólio e expandir sua atuação no mercado nacional.
A Equiplex Indústria Farmacêutica vive um momento decisivo em sua trajetória. Após quatro décadas com atuação consolidada no segmento hospitalar, a empresa deu início a um ciclo de expansão ao investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Objetivo: ingressar no mercado brasileiro de medicamentos genéricos e similares.
O movimento reposiciona a indústria goiana e marca uma estratégia de diversificação com foco na ampliação do portfólio e na competitividade nacional.
Essa virada teve início em setembro do ano passado, com a inauguração do primeiro laboratório de P&D, na sede da empresa em Aparecida de Goiânia (GO). Com investimento inicial de cerca de R$ 5 milhões, implantou uma estrutura equipada com tecnologias de última geração.
O novo laboratório abriga equipe multidisciplinar com 17 profissionais, entre farmacêuticos, químicos e pesquisadores com doutorado e pós-doutorado. O que permite à Equiplex avanço em projetos próprios de inovação incremental e desenvolvimento de produtos além do portfólio tradicional de soluções parenterais.
“Estamos vivendo um divisor de águas. A Equiplex atuou por 40 anos com excelência em medicamentos específicos, como soluções de glicose e cloreto de sódio. Agora abrimos um novo capítulo com inovação e ampliação para genéricos e similares”, afirma Rayssa Lorrane Garcia Silva, gerente de P&D da companhia.
Desde sua implantação, o laboratório conduz estudos voltados a antibióticos, antifúngicos, antieméticos e anti-inflamatórios — todos alinhados à estratégia de expansão do portfólio hospitalar. Os primeiros lançamentos gerados por esse novo ciclo de desenvolvimento devem chegar ao mercado a partir de 2027.
Para sustentar esse avanço, a empresa investiu em equipamentos analíticos de alta precisão, como os sistemas HPLC Infinity 3, importados dos Estados Unidos, além da ampliação das salas de estabilidade. “Essas aquisições elevam o padrão tecnológico do nosso laboratório e garantem aderência às exigências mais rigorosas da Anvisa”, destaca Rayssa.
A direção da empresa planeja ampliar ainda mais a infraestrutura de inovação. Até 2026, a Equiplex prevê duplicar a capacidade de desenvolvimento, tanto em estrutura física quanto em equipamentos e número de projetos. “Em menos de dois anos, o laboratório entregue em 2024 já ficou pequeno diante da demanda. Vamos dobrar a estrutura para absorver novos projetos e moléculas mais complexas”, projeta a gerente.
Hoje, a empresa já conduz projetos de medicamentos genéricos, similares e importados, destinados tanto à marca própria quanto à distribuidora do grupo, a Hospdrogas. Com matérias-primas adquiridas da China, Índia, Estados Unidos e Europa, reforça a sua estratégia de competitividade internacional.
Nesta nova fase, a área de P&D adotou uma metodologia avançada de análise mercadológica, baseada no funil de desenvolvimento — ferramenta que cruza viabilidade técnica, volume e faturamento para definir prioridades. “Nossas frentes de pesquisa são guiadas por dados concretos de mercado”, explica Rayssa.
Entre os principais obstáculos, a executiva destaca o longo tempo de aprovação de registros pela Anvisa, que pode chegar a quatro anos, e os custos elevados com estudos de estabilidade, extraíveis e lixiviáveis — essenciais para garantir segurança e conformidade, especialmente em soluções parenterais.
Certificada como Great Place to Work (GPTW), a Equiplex reforça a valorização de talentos como ponto-chave da expansão. “Quem trabalha com P&D é movido por desafios diários. Quanto mais projetos temos, mais nosso time se engaja”, afirma a gerente.
“Nosso objetivo é ampliar o portfólio, aumentar a capacidade produtiva e continuar entregando valor à sociedade por meio de medicamentos seguros, eficazes e acessíveis”, conclui Rayssa.
