
Um presente de Natal. Assim define os produtores de café em Goiás sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de reduzir o tarifaço sobre o segmento brasileiro. “Só com essa medida, houve um aumento de R$ 200 reais na saca de café. Isso por conta da Bolsa de Nova York e de Londres em alta”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café em Goiás (Sincafé), Jaques Silvério.
Goiás está entre os 10 estados que mais produzem café no Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com uma produção anual de 3 milhões de toneladas.
Silvério diz que os exportadores goianos estão comemorando, já que haviam perdido um mercado que demoraram tanto para conquistar. “Somos o principal exportador de café para os EUA. Eles são dependentes nossos. Estávamos procurando novos mercados e essa conquista pode demorar anos. Portanto, essa redução foi muito boa para o nosso segmento de café e um motivo de comemoração”, frisa.
Segundo ele, o Brasil estava perdendo clientes nos EUA, para o Vietnã, Honduras e para a Colômbia. Mas que agora terá a chance de se recuperar. “Acredito que haverá um impacto favorável na economia de Goiás ainda neste ano e maior no ano que vem, quando haverá uma saca favorável expressiva”, prevê.
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) avalia também como positiva a retirada do tarifaço dos EUA a diversos produtos brasileiros. No entanto, ressaltou que “há ainda importante agenda a se cumprir, especialmente no que se refere à eliminação de barreiras tarifárias que ainda estão em vigor sobre produtos manufaturados.”
A Fieg ressalta que o próximo passo estratégico e fundamental para a indústria brasileira e goiana é a remoção das sobretaxas que ainda incidem sobre bens industriais, como o açúcar orgânico e a vermiculita.
Para a entidade, a redução desse conjunto de barreiras representa um alívio importante ao setor produtivo brasileiro e sinaliza um ambiente internacional de menor hostilidade comercial. Enfatiza ainda que trata-se, portanto, de um movimento que fortalece a competitividade dos produtos nacionais, reduz incertezas e amplia as oportunidades de integração comercial.
“Este alívio é particularmente bem-vindo para as empresas exportadoras goianas que vinham enfrentando um encarecimento artificial de seus produtos no mercado americano, prejudicando sua margem de lucro e sua capacidade de expansão. A medida trará um fôlego financeiro e operacional, permitindo investimentos e a manutenção de postos de trabalho”, destaca a federação.