Da dificuldade de encontrar estágio, David Braga teve a ideia de montar um negócio que hoje conta com 10 mil alunos.

O goiano Davi Braga decidiu aventurar-se no ramo das Ciências Exatas. Mas a dificuldade de encontrar um estágio – dor que atinge muitos recém-formados – serviu como ponto de partida para um negócio. Criou a UNEED, um ecossistema de educação digital que hoje fatura R$ 16 milhões por ano e já conta com mais de 10 mil alunos.
Ao EMPREENDER EM GOIÁS, Davi conta que começou a trabalhar como office boy em uma faculdade. Entre corredores e salas de aula, ele percebeu um descompasso entre a formação acadêmica e o mercado de trabalho.
“A melhor coisa que me aconteceu, não ter conseguido um estágio. Me descobri naquele ambiente. Percebi que o ensino tradicional não prepara o aluno para o mercado. Foi quando decidi criar uma proposta diferente”, diz.
A UNEED surgiu em meio à transição forçada da educação para o ambiente online. Enquanto muitas instituições resistiam ao ensino à distância, Davi viu na digitalização uma oportunidade. A plataforma oferece mais de 50 cursos, entre pós-graduações, MBAs, mestrados internacionais e formações corporativas. Com aulas 100% digitais, em formatos gravados, ao vivo ou híbridos.
A empresa atua em todos os estados do Brasil e em mais de 12 países, atendendo alunos das áreas de gestão, saúde, finanças, direito, engenharia e tecnologia.
Davi pontua que um dos diferenciais da UNEED é o corpo docente. Em vez de professores exclusivamente acadêmicos, a instituição aposta em executivos e profissionais de mercado, que levam para a sala de aula experiências práticas e casos reais de grandes empresas.
Atualmente, a empesa conta com mais de 300 professores, dos quais a maioria atua profissionalmente fora do ambiente acadêmico. Segundo Davi, isso enriquece o aprendizado e aproxima o aluno da realidade do mundo corporativo.
“Temos aulas com executivos da Microsoft, Google, Meta, Itaú e Unilever. O aluno aprende direto com quem está no mercado, e isso muda completamente a percepção sobre o conteúdo”, explica.
Além da sede em Goiânia, a UNEED também se expandiu para São Paulo e abriu uma sede na Flórida, nos Estados Unidos, que serve como ponto focal para internacionalização da marca.
Mesmo com presença global, o empresário faz questão de manter o DNA goiano e planeja levar a operação para outras capitais brasileiras, priorizando a contratação regional. “Acredito que a identificação local faz diferença. Um vendedor do Tocantins, por exemplo, entende melhor o público de lá e tem resultados mais fortes”, explica.
Para o futuro, afirma, o objetivo é entrar no ensino da graduação, com cursos de bacharelado e tecnólogo. Ele faz uma linha do tempo da vida e reforça a importância da educação como algo que transformou – literalmente falando – para a sua vida.
“O fracasso em um caminho pode ser a porta para o certo. No meu caso, foi exatamente isso. A engenharia me levou à educação, e a educação me transformou”, frisou.