O comércio goiano deve encerrar 2025 com mais de R$ 2,8 bilhões em vendas, impulsionado pela Black Friday e o Natal, prevê Sindilojas-GO.

Os juros altos na economia brasileira fazem que o comércio goiano mantenha cautela sobre as vendas neste fim de ano. Apesar de um otimismo moderado, o Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas-GO) avalia que o crédito mais caro e a alta da inadimplência podem impactar negativamente no resultado final.
A entidade prevê que o varejo de Goiás deve fechar 2025 com mais de R$ 2,8 bilhões em vendas, impulsionado pelas campanhas da Black Friday e do Natal. O desempenho das duas datas, as mais fortes do calendário do comércio, será determinante para consolidar o ritmo de recuperação observado ao longo do ano.
Somente a Black Friday deve movimentar R$ 793,3 milhões, com crescimento de 7,5% em relação ao ano passado.
O presidente do Sindilojas-GO, José Reginaldo Garcia, destaca que o desempenho positivo do primeiro semestre contribuiu para elevar as expectativas. Porém, frisa que o ambiente macroeconômico impõe limites.
“O primeiro semestre superou as expectativas do comércio. Contudo, não se pode ignorar fatores como os juros nas alturas, que encarecem o crédito, elevam custos operacionais e freiam o consumo a prazo”, afirma.
Os números confirmam o alerta: a taxa média de juros das operações de crédito livre para pessoas físicas está em 58,3% ao ano, segundo o Banco Central, o maior patamar para essa época do ano desde 2017.
A inadimplência também preocupa — 30,5% das famílias têm contas em atraso e 13,2% já não conseguem honrar compromissos financeiros, de acordo com pesquisa da CNC.
Garcia ressalta que o resultado total do varejo em 2025 dependerá da combinação entre preços atrativos e capacidade de compra das famílias. “O sucesso da Black Friday e do Natal vai depender de um equilíbrio delicado entre a atratividade das ofertas e o poder de consumo dos clientes”, diz.