quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Goiás tem 39 cervejarias e ocupa a 8ª posição entre os estados com maior número de indústrias no setor. Segundo o Anuário da Cerveja 2025, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, que apresenta números de 2024.
Ele destaca também que Goiás é o estado com mais indústrias do setor na região Centro-Oeste. Entretanto, a região não é destaque nacional. Tem apenas 99 cervejarias e está à frente apenas do Norte. Para se ter uma ideia, o estado de São Paulo, sozinho, tem mais de 427 cervejarias.
Todas as regiões cresceram, mas o Centro-Oeste teve o menor crescimento relativo, com 3,1%. O anuário também mostra que Goiás registrou o maior decréscimo de cervejarias registradas em números absolutos: 4 estabelecimentos a menos em relação ao ano anterior, uma redução de 9,3%.
Em 2024, a capital goiana era um dos 23 municípios brasileiros que tinham 10 ou mais cervejarias registradas. Porém, com a redução, Goiânia deixou a lista. Em Goiás, são 20 municípios com pelo menos um registro de estabelecimento do tipo. São cerca de 188 mil habitantes por cervejaria.
Mesmo sendo destaque no ranking, Goiás teve forte redução no número de produtos registrados. Mais da metade das cervejas tiveram esse destino. O estado apresentou queda de 56,2% de seus registros de cerveja, saindo de 854 produtos em 2023 para 374 em 2024. A média aqui é de cerca de 9,6 produtos por estabelecimento.
O setor cervejeiro emprega por volta de 1560 pessoas no estado. O número torna Goiás o 9º melhor estado no quesito. Todas as grandes regiões tiveram aumento no número de empregos, somente o Centro-Oeste teve redução de 2,4%.
Para Patrícia Mercês, o mercado goiano de cervejarias oferece oportunidades. Idealizadora da Cerveja Colombina e diretora executiva da cervejaria atualmente, Patrícia e sua família são pioneiros no estado.
A Cerveja Colombina chegou ao mercado em 2014 como a primeira linha de cervejas artesanais produzida no Estado de Goiás. A família Mercês empreendia no segmento desde 2001, mas quando Patrícia Mercês assumiu o negócio o projeto da linha de garrafas ganhou força.
O uso dos frutos do Cerrado na composição dos produtos tornou a marca reconhecida e levou seus produtos até mesmo para países como Áustria e Alemanha. Para Patrícia, o potencial econômico de Goiás torna o estado atrativo. “Goiás é um estado próspero, clima quente e mais estável que demais regiões do país”, confirma.
Para a empresária Patrícia Mercês, o público goiano sabe do que gosta e que o segredo para lucrar com cervejarias é balancear bem preço e qualidade. “O goiano é um público exigente que gosta do alto padrão de qualidade e que negocia muito bem o preço. Então o desafio está em equilibrar isso em relação às margens”, disse.
No momento, Patrícia vislumbra algumas tendências no mercado goiano. Entre elas, cervejas sem álcool, com baixo nível de carboidratos, sem glúten e com baixos teores alcoólicos. Esses novos nichos podem ser uma grande oportunidade para empreendedores do ramo.
