Como esperado pelo mercado financeiro, o Copom do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (7/12) manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano. É a quarta vez consecutiva em que o comitê se reúne e fixa a Selic nesse patamar, em vigor desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas desde março de 2021, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.
É o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos. Com a manutenção do patamar, a taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
No comunicado, o Copom alertou para os riscos fiscais, “em particular seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação, com potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”. O recado é de que, dependendo de como a política fiscal evoluir, poderá ter que agir.
E, embora tenha pregado serenidade na avaliação da política fiscal, disse que acompanhará de perto como ela vai afetar o dólar e as expectativas de inflação. O comunicado também frisou que o ambiente externo mantém-se adverso e volátil, marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial no próximo ano.
Para entidades do setor produtivo, a decisão do Copom é acertada e mantém os juros em níveis que permitem assegurar a inflação em queda. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), existem condições para que os juros comecem a ser reduzidos em breve. Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou acertada a decisão de manter a Selic no atual patamar e informou que os dados recentes da atividade econômica já dão sinais de desaceleração da economia brasileira.