domingo, 28 de abril de 2024
Ronaldo Caiado falou para governadores que representam cerca de 27 milhões de brasileiros e 12,5% do PIB do Brasil.
O governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou nesta sexta-feira (29/9) que o desenvolvimento regional corre risco com a aprovação precipitada do atual texto da reforma tributária. O projeto, já aprovado na Câmara dos Deputados, tramita no Senado e é prioridade do governo Lula (PT). “Peço, neste momento que estamos discutindo grandes reformas, que tenhamos a sensibilidade de entender que Ulysses Guimarães buscou na Constituinte os desenvolvimentos regionais”, enfatizou.
O alerta de Ronaldo Caiado aconteceu na abertura do Fórum de Governadores do Brasil Central, realizado em Rio Quente (GO). O governador goiano reiterou crítica à alíquota do novo imposto sobre o valor agregado (IVA), que deve variar entre 20,03% e 30,7%. Ela está prevista no projeto da reforma.
“Imagina poder botar uma alíquota única no Brasil, do Amapá até o Rio Grande do Sul, com situações totalmente heterogêneas, diferentes, peculiares do seu dia a dia”, enfatizou Caiado. “A simplificação, nós queremos. É necessário, porém, ter a capacidade de cada governador buscar uma independência. Fomos eleitos pelo voto. Não para receber receita de quem não sabe os problemas reais que nós estamos passando”, disse.
Os demais governadores validaram o posicionamento de Caiado. Na avaliação de Ibanêis Rocha (MDB/DF), a reforma tributária não está pronta e carece de mais diálogo. Para ter o menor impacto possível nas contas públicas. Isto, apesar dele admitir que o GDF tem a ganhar com o projeto no Congresso.
“O Distrito Federal vive uma situação diferente dos demais estados do Centro-Oeste. A gente tem uma expectativa de aumento na arrecadação, mas isso tudo tem de ser debatido com todos os governadores, porque não existe uma reforma que vai beneficiar um estado e prejudicar os demais”, afirmou.
“A preocupação de Caiado não pode ser só sua. Todos têm indústrias, setor que produz, turismo, empresários. Temos uma regra de transição que vai até 2032. E o governo do Caiado termina em 2026, então é uma preocupação de coerência, de respeito com o estado e de cuidado. É a mesma preocupação que nós temos”, afirmou o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa.
O evento, promovido pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), contou ainda com a participação dos governadores Carlos Brandão (Maranhão), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). Com 21 senadores e 75 deputados no Congresso, o BrC representa cerca de 27 milhões de brasileiros e abrange 875 municípios. Também é responsável por 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
