sexta-feira, 18 de outubro de 2024
Goiás tem mais de 5 mil pit dogs e emprega 10 mil

Goiás tem mais de 5 mil pit dogs e emprega 10 mil

Atualmente, Goiânia conta com cerca de 1,6 mil estabelecimentos em operação, mas empresários enfrentam dificuldades e burocracia.

22 de junho de 2024

Há 41 anos, Walter Rodrigues, o Waltinho, tem um pit dog na Praça C-207, no Jardim América

O pit-dog goiano passou de um simples lugar para se comer um lanche para uma instituição cultural e gastronômica enraizada no estado. Atualmente, segundo dados do Sindicato dos Proprietários de Pit-Dogs (SindPit-dog), Goiânia conta com 1,6 mil estabelecimentos. Em Goiás, são mais de 5 mil.

O segmento emprega cerca de 10 mil pessoas diretamente no estado. Mas esse número aumenta se contar os trabalhos indiretos que contribuem para que o sanduíche chegue às mesas dos goianos.

Para Anivaldo Divino, presidente do Sindpit-dog, a iguaria caiu no gosto do goianiense devido à simplicidade e qualidade dos seus ingredientes. O pão fresco, a carne moída temperada com especiarias, o queijo derretido, o tomate, a alface e o molho à base de maionese formam uma combinação irresistível.

O diferencial está no preparo na chapa, na frente do cliente. “É uma tradição do goiano. É o sabor dos goianos. Contribui muito para o turismo gastronômico. Tem pessoas que vêm a Goiânia e não deixam de passar em um pitdog”, diz.

Resistência

Os pit-dogs passam por um trabalho de resistência, mesmo após serem reconhecidos como patrimônio cultural e imaterial de Goiás em 2020. Seguindo Anivaldo, a pandemia da Covid-19 foi cruel para muitos comerciantes, que precisaram se adaptar para continuar de portas abertas.

“A questão da internet, das novidades de tecnologia, ajudou a gente a realizar mais entregas. A entrega na porta do cliente. Então, isso é o que está nos salvou e ainda está nos mantendo hoje, mas tem muita gente que ainda está sentindo na pele”, afirma.

Anivaldo ainda destaca a burocracia para abertura de novos negócios e a falta de apoio. Anibaldo defende a desburocratização, linhas de crédito facilitadas e a valorização do pit-dog como patrimônio cultural.

“Muito, mas muito burocrático. O sofrimento que a categoria passa, depende desses documentos. E a gente tem fila de pessoas que querem abrir pit dogs, mas não conseguem devido à burocracia. Aliás, tem mais de cinco anos que está proibido abrir pit dog em Goiânia”, pontua.

Sentindo na pele

Um dos comerciantes que sente isso na pele é Walter Rodrigues, conhecido como seu Waltinho. Ele tem um pit-dog na Praça C-207, no Jardim América, há 41 anos. Aos 72 anos de idade, vive a mais de 50 anos do segmento. Já foi dono de vários pontos e repassou outros para filhos tomarem de conta.

Atualmente, Waltinho é bem conhecido no Jardim América. Mas conta que, para se manter no lugar, foi árduo e até hoje é uma luta com algumas inconsistências da Prefeitura de Goiânia.

“Colocar as mesas mesmo no espaço é bem complicado. Não se pode e já teve situações deles levarem todas e eu ter que comprar tudo de novo. Tem horas que contamos com 50 a 60 clientes no local. Outra coisa que não pode ter tenda no local. Como não vou ter tenda com um tanto de pessoas? Elas vão ficar no sereno?”, questiona.

A superação é a marca de seu Waltinho. Seu pitdog pegou fogo no ano retrasado, onde teve perda total do espaço. Para se reerguer, contou com a solidariedade de muitas pessoas. “Fizeram uma vaquinha e isso me ajudou muito. Conseguimos construir tudo de alvenaria, com banheiro, dando mais conforto e qualidade para os nossos clientes”, pontua.

O diferencial? Ele coloca que utiliza o que há de maior qualidade no mercado e, claro, os molhos. No Waltinho Lanches, é possível encontrar maionese verde, de alho e até de pequi. Atualmente, ele vende, em média, 4 mil a 4,5 mil sanduíches por mês.

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