O bairro de Goiânia já conta com lojas e pequenas fábricas, mas ainda não é reconhecido como um polo, segundo o Sindmóveis.
O Jardim Guanabara tem potencial para se tornar um polo moveleiro de Goiânia. O bairro já conta com algumas lojas e fábricas, mas que ainda não podem ser reconhecidas como um polo, segundo o Sindmóveis.
Pedro Silvério, veterano com 42 anos de experiência no ramo, conta que tudo começou com a JL Móveis, fundada por quatro sócios. Logo em seguida, ele se juntou ao negócio e, com um sócio, abriu uma indústria na região.
Com o passar do tempo, pequenas indústrias fornecedoras surgiram e o leque de produtos foi ampliado. “Hoje, o polo se destaca pela fabricação de alta qualidade, com produtos de primeira linha”, ressalta Pedro.
De acordo com o empresário, a região conta com 300 pequenas indústrias e 200 lojas. É responsável por mais de 700 empregos diretos e atrai entre 500 e 1 mil clientes em busca de móveis.
Estes números, entretanto, não são reconhecidos pelo Sindmóveis. Para o sindicato, “há uma concentração de pequenas indústrias na região do Jardim Guanabara, mas não estão organizadas como polo moveleiro”.
Ainda de acordo com a entidade, o Estado conta com 1.860 empresas moveleiras em atividade, que geram cerca de 9,5 mil empregos diretos. Não há dados oficiais sobre o impacto das empresas localizadas no Jardim Guanabara para o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiânia e Goiás.
Apesar da força do setor, o Jardim Guanabara enfrenta alguns desafios. Segundo Pedro Silvério, um deles é a infraestrutura precária, com ruas estreitas e sem sinalização adequada. “Dia de final de semana, o trânsito fica impossível. Precisamos de um realinhamento das ruas e de placas indicativas para facilitar o acesso dos clientes”, afirma.
Outro desafio é a falta de mão de obra qualificada. O Senai já oferece cursos profissionalizantes para marceneiros, mas a demanda ainda é grande. “Precisamos de mais investimentos na formação de mão de obra”, defende.
Para o empresário, o polo tem potencial para crescer ainda mais e se tornar referência no segmento. “Brasília compra muito em Goiânia, principalmente no Jardim Guanabara. Precisamos aproveitar esse potencial para fortalecer ainda mais o setor”, afirma.
De olho no potencial do setor, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), lançou o Programa Cinturão dos Móveis. Inspirado no Cinturão da Moda, ele é destinado à indústria de móveis e foi criado na Região do Jardim Guanabara.