sábado, 7 de setembro de 2024
Setor de moda recebeu mais de mil micro empreendedores

Setor de moda recebeu mais de mil micro empreendedores

Mais de 1 mil novos empreendedores foram capacitados e incentivados pelos programas do governo de Goiás desde 2021.

22 de julho de 2024

Depois de fazer curso no Cotec, Bianca Deodato, que era professora de escola particular, abriu seu próprio ateliê

Bianca Deodato era professora em uma escola particular de Senador Canedo e ganhava um salário mínimo, com carteira de trabalho registrada. Somando transporte, alimentação, babá para a filha de 3 anos e outras despesas, sobravam contas no fim do mês e faltava renda.

Quando viu a notícia que ia começar um curso gratuito de Corte e Costura e Modelagem, pelo Colégio Tecnológico do Estado (Cotec), ela não teve dúvidas. Pediu demissão no emprego, inscreveu-se no curso e decidiu investir no talento para confecção de roupas temáticas, que fazia de forma caseira para a própria filha e alguns amigos.

Um ano depois, a mais recente empresária do segmento da moda abriu o próprio ateliê, Bianca Criações. E entrou para a o grupo de mais de 1 mil novos empreendedores do ramo, capacitados e incentivados pelos programas sociais do Governo de Goiás, de 2021 pra cá, em todas as regiões do estado.

“Nesse novo ateliê, minha mãe trabalha comigo fazendo moda plus size feminina. A ideia é trabalhar modelos exclusivos, fazendo jus ao nome, Bianca Criações”, conta. Atualmente, ela já paga todas as despesas de casa com a renda da costura, além dos investimentos que faz como a compra de um celular “top de linha” para as fotos que vão para a internet.

Durante o curso, a jovem de 26 anos aproveitou a professora para ajudá-la em moldes de vestidos temáticos, como Baby Shark e Marsha. Também investiu em pijamas de personagens que faziam sucesso com a criançada, como abelhinha e Pepa. “Minha primeira compra de tecido custou R$ 134. Nunca esqueço.”

Ajuda

Finalizado o curso de Corte e Costura, Bianca recebeu o Crédito Social, incentivo de até R$ 5 mil repassado pelo programa socioassistencial do estado, o Goiás Social, para quem conclui uma capacitação pelo Cotec e vive em vulnerabilidade social. “Consegui comprar 3 máquinas usadas e 6 linhas. Foi a conta!”

Atualmente, quase 100% da demanda do ateliê Bianca Criações vem pela internet, através das redes sociais e até de marketplace. Bianca já se registrou numa das plataformas mais concorridas de vendas online e através dela vende muito para clientes de Brasília.

Além disso, a empresária está de olho em um novo nicho. “Vi que as escolas têm uma demanda enorme de roupas juninas, de fantasias. Estou fazendo os contatos e no ano que vem eu quero ser uma referência para fantasias de alunos aqui na cidade”, planeja Bianca.

“Esse apoio do governo, dando o curso e o incentivo, é fundamental para gente. Eu não tinha de onde tirar R$ 4 mil pra comprar todo o maquinário. Se isso não tivesse acontecido, talvez eu estaria empregada de CLT, pagando para trabalhar. E se Deus permitir, para a CLT eu não volto nunca mais”, vibra.

“O mercado da moda promove a inclusão social com programas de capacitação e novas oportunidades. Aprender habilidades de costura, design e negócios abre portas para o empreendedorismo e também para empregos formais. É nisso que o Governo de Goiás acredita e investe”, pontua o secretário de estado da Retomada, César Moura, titular da pasta onde estão as ações de empregabilidade e fortalecimento econômico do estado.

Marcos Wilson de Oliveira, de Jaraguá, que já produzia moda básica, ampliou o negócio com o Crédito Social

Profissionalização

Entre tantas possibilidades de capacitação e qualificação para o segmento da moda, em seus diversos níveis de atuação e produtos, seja com vestuário ou acessórios, o governo de Goiás oferece formação de forma gratuita e com olhar estratégico para as demandas do mercado. Em maio deste ano, lançou um curso de 80 horas para criação de roupas juninas, de olho na temporada de festas.

No curso de Costura Criativa Junina, quase 500 trabalhadores foram capacitados em 15 municípios goianos. Um deles é Marcos Wilson de Oliveira, de Jaraguá, que já produzia moda básica em uma mini confecção, no quintal de casa, e viu no curso uma possibilidade de ampliar mercado. Acabou contemplado pelo Crédito Social e ampliou também a micro empresa, porque conseguiu adquirir mais uma máquina.

“Apesar de já trabalhar com costura, aprendi novas técnicas e formas mais corretas de trabalhar. No Cotec me ensinaram a ser empreendedor de verdade”, destacou Marcos. É que os cursos ensinam não só a profissão em si, como também técnicas de marketing, de vendas, de administração de uma micro empresa.

O Cotec tem 17 unidades espalhadas nos municípios goianos, além das Unidades
Descentralizadas de Educação Profissionalizada e Inovação (Udepi), que são montadas em parceria com as prefeituras nas cidades onde não tem o colégio. Na atual gestão, a educação profissional em Goiás já recebeu mais de R$ 100 milhões em investimentos do Tesouro Estadual para estrutura e equipamentos. Toda essa estrutura já soma 387 turmas e mais de 15 mil alunos, de agosto de 2021 a julho de 2024, apenas no segmento da moda.

Cursos

Os Cotecs oferecem dezenas de cursos entre Corte e Costura Básico, Intermediário e
Avançado; Modelagem Masculina, Infantil e Feminina; Costureiro Industrial; Costura em
Malha; Biojoias; Processos Têxteis; entre outros. Além dos cursos de informática básica, marketing, vendas, atendimento ao cliente e outros que ajudam os novos empreendedores abrir e alavancar o próprio negócio.

Para os alunos que vivem em vulnerabilidade, o programa Goiás Social tem a Bolsa
Qualificação, um incentivo de R$ 250 mensais durante o curso para despesas com alimentação. E também o Crédito Social, que não é um empréstimo, é um repasse destinado à aquisição de ferramentas e insumos para iniciar uma microempresa.

“São cursos de altíssima qualidade, ministrados através de um convênio com a Universidade Federal de Goiás (UFG), que fazem parte de uma política pública de profissionalização, geração de renda e qualidade de vida para a população do estado. Se o trabalhador não tem perfil empreendedor, ele certamente vai encontrar um trabalho nas milhares de confecções, cooperativas e lojas que estamos fomentando na cadeia produtiva da moda em Goiás”, afirma o secretário da Retomada.

César Moura destaca o cooperativismo e os Arranjos Produtivos Locais (APL) da Moda, que receberam investimentos do estado para chegar a 50 municípios. “Adquirimos 10 novas máquinas de corte Audaces, que fazem o corte automático de peças com maior rentabilidade e desperdício mínimo de tecido, e fomentamos 12 cooperativas de confecção junto à OCB Goiás. E assim estamos fortalecendo a economia no interior do estado com uma cadeia produtiva sustentável.”

Cotec na Amarê

A produção de moda nos Cotecs estará em exposição na 3ª edição da Amarê Fashion, que vai acontecer de 7 a 10 de agosto, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Além do estande do governo de Goiás, a produção também ganha espaço na passarela do evento. Com tema

“Cores do Cerrado”, alunos de nove unidades vão apresentar peças conceituais e comerciais trabalhadas em duas paletas de cores pré-definidas, representando fauna e flora da região, em tecidos como sarja, linho e crepe georgette.

“É um espaço importantíssimo para mostrar ao mercado a qualidade da formação profissional que temos nos Cotecs. E para os alunos, a experiência é um catalizador nos planos de se dedicar à moda, tanto no trabalho que é promovido como também na troca de experiências com os profissionais que participam da Semana da Moda Goiana”, analisa César Moura.

Saiba mais: Moda: indústria goiana fatura mais de R$ 10 bilhões

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