sexta-feira, 25 de outubro de 2024
A Jalles, produtora de açúcar e etanol em três unidades, das quais duas em Goianésia (GO) e a outra em Santa Vitória (MG), vai focar mais na produção de açúcar nesta safra, chegando a 55%, contra os outros 45% do etanol. A estratégia é porque o produto está mais rentável. Os atuais preços estão estáveis, porém em patamares mais altos do que a média histórica. Além disso, há maior demanda do mercado.
Este ano, a empresa vai concluir o projeto de investimentos de R$ 517 milhões, iniciado há três anos. Mas já tem no radar outros investimentos futuros, de médio e longo prazos, visando a produção de biometano e do combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuel).
O CEO da Jalles, Otávio Lage Filho, disse ao EMPREENDER EM GOIÁS que o grande mercado no futuro para o etanol está no segmento da aviação. Isto porque, até 2050, as empresas aéreas de todo o mundo terão de adotar um porcentual de etanol no querosene de aviação. Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor.
“As usinas terão de fazer investimentos – e altos – para se adaptarem para produzir SAF e atender a demanda futura das empresas de aviação. Nós, da Jalles, não ficaremos de fora”, antecipa Otávio Filho. A produção de etanol terá que se multiplicar por dez para atender o plano da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para que o SAF seja uma realidade como combustível de aviação.
Mas, antes de entrar na produção do SAF, a Jalles já encomendou estudos para ver o impacto dos investimentos. E também avaliar qual das três usinas – Otávio Lage, Jalles Machado ou Santa Vitória – será viável, no próximo ano, a produção do biometano e do etanol, a partir do milho. Pela proximidade de regiões produtoras do cereal, a Usina Santa Vitória é mais viável para a produção do etanol do milho. A Usina Otávio Lage já produz biogás.
O biometano é um gás combustível, com propriedades semelhantes ao gás natural, que está se estabelecendo mundialmente como solução para reduzir o carbono. O empresário lembra que a Jalles sempre foi pioneira, seja na produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana de açúcar e na produção de biogás. Mas, agora, quer sair na frente nestes dois novos produtos.
A Jalles, através de suas três usinas, tem capacidade para moer até 9 milhões de toneladas de cana de açúcar. A empresa ainda está finalizando os cálculos para divulgar qual será a produção de etanol, açúcar e energia nesta safra. Mas, já estima que a produção será maior do que na safra passada graças à maior produtividade das lavouras de cana da Usina Jalles Machado, em Goianésia.
Otávio Filho disse que o consumo de etanol tem aumentado, já que a diferença para a gasolina está alta. “Estamos com a expectativa de que os preços do etanol subam na entressafra, que começa em novembro, o que deve resultar em melhores margens em relação a 2023.
