Queda na umidade do solo, altas temperaturas e chuvas abaixo da média histórica dos últimos 15 anos afetam a agricultura.
O início do plantio da soja, a partir da segunda quinzena deste mês, sofrerá impacto climático. Com a queda na umidade do solo, altas temperaturas e chuvas abaixo da média histórica dos últimos 15 anos em praticamente todos os estados. Segundo avaliação da EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
Tanto o ECMWF (modelo europeu) quanto o GFS (modelo americano) preveem volumes de chuvas entre 60% e 80% abaixo da média no país entre os dias 05 e 15 de setembro. O que aumenta o estresse hídrico sobre as lavouras, assim como o risco de incêndios.
As altas temperaturas ocorrem em boa parte do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul. No Mato Grosso do Sul, a média das temperaturas podem ficar até 10°C acima da normalidade, de acordo com o GFS. “Os produtores podem esperar mais um pouco para iniciar o plantio da soja”, aponta Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily Agro.
Com relação à umidade do solo nos próximos dez dias, o ECMWF apresenta condições desfavoráveis para o desenvolvimento do trigo, principalmente no Paraná. Em Santa Catarina, desde meados de agosto a umidade apresenta maior similaridade com o ano de 2012, quando a seca em agosto e setembro resultou em uma quebra de safra significativa.
Mas expectativas de que as chuvas vão voltar e se tornar mais volumosas a partir de outubro embalam otimismo sobre a produção em 2024/25. Segundo pesquisa da Reuters, com números de dez analistas e instituições do setor, poderá ter aumento 14% ante 2023/24.
Mesmo que o plantio atrase um pouco em função da severa estiagem, a safra cresceria para 168 milhões de toneladas, segundo a média das estimativas, ante 147,4 milhões de toneladas do ano anterior, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esse crescimento seria graças a uma recuperação das produtividades, fortemente afetadas em vários Estados por intempéries em 2023/24.