domingo, 27 de abril de 2025
Grupo Cereal prevê crescer 15% ao ano

Grupo Cereal prevê crescer 15% ao ano

O grupo goiano deve registrar neste ano receita de mais de R$ 4,6 bilhões e lucro de R$ 150 milhões.

11 de novembro de 2024

O Grupo Cereal, com sede em Rio Verde, no Sudoeste Goiano, planeja crescimento nos próximos dois anos a uma taxa média de 15%. Neste ano, deve registrar receita de mais de R$ 4,6 bilhões e lucro de R$ 150 milhões.

A trading e industrializadora de soja de Goiás fez uma nova emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), no valor de R$ 450 milhões. É a segunda do ano. Em janeiro, a empresa havia realizado uma emissão de certificados de R$ 300 milhões.

A emissão dos títulos, lastreados em debêntures próprias, está a cargo a securitizadora Virgo. Os recursos começarão a entrar no caixa da empresa no próximo dia 14. Vai apenas para o capital de giro da nova indústria de esmagamento de soja, inaugurada no mês passado. Segundo afirma o diretor financeiro do Grupo Cereal, Elder Simm, ao EMPREENDER EM GOIÁS.

O foco da empresa, para os próximos cinco anos, está na ampliação da capacidade armazenadora do grupo. Deverá passar das atuais 560 mil toneladas para 1 milhão de toneladas de soja e milho. Atualmente, tem 10 unidades armazenadoras e vai adquirir outras duas: uma em Acreúna e outra em Jataí, ambas no Sudoeste Goiano. Os investimentos somam R$ 400 milhões.

Os investimentos de R$ 240 milhões, no ano passado e este ano, focam a modernização e ampliação das unidades de armazenagem e na capacidade de esmagamento. Que aumentou 50% este ano, passando de 1.000 para 3 mil toneladas por dia. A produção de biodiesel cresceu 200 metros cúbicos por dia, passando para 650 metros cúbicos/dia no total.

Crescimento

No ano passado, a empresa originou 1,54 milhão de toneladas de milho e soja. Vendeu 602 mil toneladas de soja em grãos e 221 mil toneladas de milho para os mercados nacional e internacional (Europa). E industrializou o restante, transformando em óleo para abastecer a própria indústria de biodiesel e em farelos.

Para este ano, o Grupo Cereal espera atingir a receita de R$ 4,5 bilhões, com o recebimento de 1,73 milhão de toneladas de grãos, conforme o prospecto da oferta do CRA. Em 2025, a projeção é faturar mais de R$ 5 bilhões. Dependendo dos preços das commodities, que devem ficar estáveis, de acordo com o executivo. Até 2028, se prevê a produção de 2,5 milhões de toneladas de grãos e receita de R$ 7,19 bilhões.

O Grupo Cereal registrou receita operacional líquida de R$ 4,1 bilhões, Ebitda de R$ 222,3 milhões e lucro líquido de R$ 119 milhões, no ano passado. Em 2023 e neste ano, a empresa investiu em nova subestação de energia e em caldeira para a produção de vapor. Para atender a ampliação da indústria de ração – já duplicada – e a nova indústria de esmagamento que vai processar 1 milhão de toneladas de grãos por ano. A capacidade industrial passou para 3 mil toneladas/dia de grãos.

O foco da empresa para os próximos cinco anos, segundo Elder Simm, está na ampliação da capacidade armazenadora do grupo.

Biodiesel

Elder Simm informa que das 1,73 milhão de toneladas neste ano, a metade vai para o esmagamento. Parte vai virar óleo para a produção de biodiesel, vendido no mercado interno, e para farelo de grãos que abastece o mercado nacional (50%) e o europeu (50%). A trading do grupo comercializa as outras 850 mil toneladas in natura.

O Grupo Cereal aposta no crescimento da demanda por biodiesel graças à aprovação da Lei do Combustível do Futuro que deu diretrizes para o uso do combustível verde. Atualmente, a adição de biodiesel no óleo diesel é de 14%. No próximo ano passará para 15% e chegará a 25% até 2035. “Isso demandará mais grãos para esmagamento, fomentando o crescimento da produção de soja, e consequentemente, mais empregos e renda para a população brasileira”, festeja Elder Simm.

Das 160 milhões de toneladas de soja produzidas nessa safra 2023/2024 no Brasil, de acordo com a Conab, apenas 50 milhões são industrializadas internamente. As outras 140 milhões de toneladas são exportadas in natura, tendo a China como principal importador.

CRA

Os Certificados do Grupo Cereal serão distribuídos publicamente no mercado primário a investidores profissionais e qualificados. O período de reserva dos títulos vai até 8 de novembro. A emissão dos certificados será feita em três séries. Uma com vencimento em cinco anos, uma em sete anos e a outra, em dez anos.

A distribuição será feita por BB Investimentos (que também atua como coordenador líder), BTG Pactual, Safra, Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander. O agente fiduciário e representante dos titulares dos CRA no âmbito da emissão será a Oliveira Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.

As cláusulas (covenants) que a empresa tem de seguir, como forma de garantia para os credores, preveem que a dívida líquida não pode ultrapassar o equivalente a 3,75 vezes o seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Além disso, a razão entre o ativo circulante e o passivo circulante deve ser igual ou maior que um.

Em 2023, a dívida bruta do Grupo Cereal era de R$ 1,15 bilhão, sendo 76% da dívida com pagamento em até três anos. O nível de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda, estava em 0,81 vez. Elder Simm disse que o Grupo Cereal está no mercado de capitais graças à sua forte governança corporativa e a transparência nos números que vem apresentando, sempre de bons resultados.

Leia também: Jalles foca na produção de açúcar e mira novos produtos

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.