quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
A alta da inadimplência neste fim de ano pode esfriar as vendas do varejo goiano em 2025, sobretudo no 1º semestre.
O comércio em Goiás está convencido de que a inadimplência pode esfriar as vendas do varejo em 2025, sobretudo no 1º semestre. Ocorreram cinco altas consecutivas no índice, sendo a mais forte delas em novembro (alta de 4,68% em relação a novembro de 2023). Com isso, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO) vê como improvável uma mudança a curto prazo.
Para complicar, segundo a entidade, a alta na taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano deve aumentar o endividamento dos consumidores. A FCDL-GO explica que os juros mais altos encarecem o crédito, desencorajando as compras com cartão de crédito ou crediário. E podem fazer com que as dívidas dos inadimplentes se multipliquem mais rapidamente, dificultando o acerto com os credores.
Nesse cenário, o temor das empresas do varejo é que a inadimplência se aprofunde ainda mais. O número de consumidores goianos negativados cresce desde julho (2,23%), continuando em agosto (1,32%), setembro (2,47%), outubro (3,51%) e novembro (4,68%). Em todos os casos, a comparação é com igual mês do ano passado. Os dados da inadimplência são do SPC Brasil, o Serviço de Proteção ao Crédito.
“A maior preocupação agora é com as vendas no Natal. Mas acreditamos, nesse caso, que os impactos serão menores porque o consumidor está capitalizado com o 13º salário. Porém, o comércio precisará de um impulso no início do ano, porque normalmente as vendas são mais fracas no 1º trimestre. Contudo, nesse quadro de inadimplência, e somada com os juros mais altos, as perspectivas são bem conservadoras”, diz o presidente da FCDL-GO, Valdir Ribeiro.
O levantamento do SPC Brasil aponta que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em novembro em Goiás foi o de bancos, com 60,2% do total de dívidas. Seguido pelo comércio (13,2%) e concessionárias de água e luz (10%).
A FCDL-GO destaca ainda que, em novembro de 2024, do total de negativações no estado, 83% foi de devedores reincidentes. Ou seja, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. Cada consumidor negativado do estado deve, em média, R$ 4.699,03.
