Mas Goiânia ainda contribui com uma parte significativa de contratações, principalmente, nos setores de comércios e serviços.
O número de pessoas contratadas no interior de Goiás cresceu 92,8% nos últimos sete anos. Segundo pesquisa realizada pela Grupom, baseada em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados revelam ainda que as contratações passaram de 26.203 (janeiro de 2018) para 50.490 (janeiro de 2025).
Além disso, a pesquisa também trouxe um recorte para as cidades que compõem a Grande Goiânia, que registraram aumento de 89,6% no acumulado dos últimos sete anos. Nesse caso, as admissões passaram de 7.109 (2018) para 13.482 (2025). Em Goiânia, o crescimento acumulado foi de 76,8%, passando de 17.461 para 30.871.
O aumento da oferta de emprego no interior goiano ocorre também pela mudança do perfil do trabalhador para atividades relacionadas ao agronegócio. Isso aponta que o setor vem demandando profissionais cada vez mais capacitados. Especialmente para desempenhar funções que, anteriormente, tinham um perfil mais simples, com baixa remuneração e quase nada de capacitação.
“Hoje, um operador de máquina não é um tratorista comum. O agronegócio demanda por profissionais cada vez mais preparados. E também as empresas e as agroindústrias, que vão se estabelecer no interior, acabam demandando profissionais de gestão que também não são comuns ali, como gestão de fazendas, de negócios”, destaca Mário Rodrigues Neto, diretor executivo da Grupom.
Ele explica ainda que o aumento das contratações de pessoas no interior acaba levando crescimento para a região. Com oferta de vários serviços, como saúde, beleza, alimentação, entre outros. E isso deve continuar acontecendo.
“A gente vai perceber que, cada vez mais, haverá um crescimento de oportunidades nas cidades do interior do que na Região Metropolitana. Mais, especificamente, em Goiânia. Principalmente, por causa do crescimento do agro, que vai demandar mais profissionais formados e mais bem capacitados. Consequentemente, serão mais bem remunerados do que são hoje”, afirma Mário Rodrigues Neto.
Apesar de Goiânia ter um crescimento anual mais baixo do que as demais cidades goianas pesquisadas, a capital ainda contribui com uma parte significativa de contratações. Principalmente, nos setores de comércios e serviços.
Isso, segundo Mário Neto, por causa do amadurecimento do ecossistema econômico da cidade. “Goiânia vai continuar sendo a cidade mais importante do estado. Aquela que individualmente mais emprega e que tem a necessidade por trabalhadores e por ofertas mais complexas”, reforça.
Ele destaca ainda que alguns municípios da Grande Goiânia perderam o status de cidades dormitórios e passaram a ser geradoras de empregos. Como, por exemplo, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. “Porque novos negócios, empreendimentos e novas indústrias surgiram nessas localidades. O perfil socioeconômico da região metropolitana está mudando”, afirma.