quarta-feira, 16 de julho de 2025
Com incentivos fiscais e estrutura favorável, estado se consolida como alternativa para investimentos de empresas.
Goiás tem atraído empresários de diferentes setores por oferecer condições legais que permitem redução da carga tributária. A formalização de empresas no estado, aliada a programas de incentivo como o ProGoiás, tem garantido vantagens diretas para quem deseja iniciar ou ampliar seus negócios. Especialmente com mais controle sobre os custos fiscais.
De acordo com Rodrigo Valadão, contador e sócio da Dinastia Contábil, empresas que atuam com planejamento tributário conseguem atingir uma economia significativa. “Uma pessoa física pode pagar até 27,5% de imposto de renda sobre seus ganhos. Já uma empresa bem estruturada, dentro do regime adequado, pode pagar cerca de R$ 400 por mês. Isso muda totalmente a perspectiva do negócio”, explica.
O ProGoiás é hoje o principal programa de incentivo fiscal do estado. Voltado especialmente para os setores industrial e logístico, substitui os antigos Fomentar e Produzi. Prevê, entre outros benefícios, a redução de até 64% do ICMS para empresas fora do Simples Nacional. Há ainda subprogramas voltados ao comércio, desde que a empresa tenha mais de sete unidades no estado.
“Esses incentivos permitem que empresas localizadas em Goiás consigam competir com preços praticados no Sudeste. Mesmo estando geograficamente distantes dos principais mercados consumidores”, explica a advogada e consultora empresarial, Andréa Vecci.
Segundo Vecci, os incentivos fiscais não são apenas um diferencial competitivo, mas uma estratégia de desenvolvimento. “Goiás tem um mercado interno menor que o de estados como São Paulo ou Minas Gerais. Sem incentivo fiscal, não seria possível atrair investimentos produtivos. Os benefícios tributários viabilizam a instalação de indústrias e centros de distribuição que geram emprego e movimentam a economia local”, aponta.
A consultora destaca ainda que a política de incentivos tem permitido que Goiás passe por uma reconfiguração, economicamente falando.
“Por muito tempo, Goiás aparecia apenas como um estado agrícola ou da pecuária. Os programas de incentivo foram fundamentais para transformar esse perfil. Hoje, já podemos falar em agroindústrias e cadeias produtivas completas operando aqui. Isso graças a incentivos bem estruturados”, afirma.
Outro atrativo é o tempo de abertura de empresas. O sistema Empresa Fácil permite que um CNPJ seja liberado em cerca de 24 horas, com todos os registros necessários junto à Junta Comercial e prefeituras. “A rapidez no processo é um facilitador importante. Quando somamos isso à logística e à tributação reduzida, temos um ambiente mais racional para empreender”, pontua Valadão.
Para Andréa, mesmo diante da simplificação em alguns processos, é indispensável contar com apoio técnico especializado. “O Brasil tem uma das legislações fiscais mais complexas do mundo. Um erro na classificação da atividade ou no enquadramento tributário pode gerar cobranças indevidas e até impedir o acesso aos benefícios. Por isso, é essencial trabalhar com contadores e advogados desde o início”, alerta.
Além dos tributos, Goiás oferece vantagens operacionais. O custo com aluguel e mão de obra é menor em comparação com grandes centros. O estado também conta com infraestrutura logística, com destaque para a BR-153, que cruza o território goiano e conecta as principais regiões econômicas do país.
De janeiro a maio de 2025, mais de 10 mil empresas foram abertas em Goiás, conforme dados da Junta Comercial, excluindo os microempreendedores individuais. O número retrata o interesse de empreendedores na região e mostra que os incentivos têm sido um fator decisivo.
“Não se trata apenas de abrir empresa, mas de fazer isso de forma planejada. O empresário que busca crescer precisa entender que a estrutura jurídica e fiscal correta pode representar economia real e segurança jurídica. Goiás tem oferecido as ferramentas, mas é o suporte técnico que garante o uso correto delas”, conclui Andréa.
