terça-feira, 12 de agosto de 2025
Hub Cerrado vai investir R$ 10 milhões em Goiânia

Hub Cerrado vai investir R$ 10 milhões em Goiânia

Espaço conta com 85 startups e 640 empresas e ganhará investimentos para expandir suas atividades.

11 de agosto de 2025

Silvana de Oliveira: “Vamos investir na implementação de novos programas para acelerar startups e propiciar mais ensino sobre inovação”

Uma empresária goiana tem investido pesado para, de forma estratégica, colocar Goiânia no circuito nacional de ecossistemas de inovação. Como resultado, a cidade vem ganhando destaque e atraindo olhares de investidores e empreendedores de todo o país.

À frente dessa transformação está Silvana de Oliveira, CEO do HUB Cerrado, que conquistou o primeiro lugar no Top Ecossistemas de Inovação no ranking 100 Open Startups 2024.

Além disso, para impulsionar ainda mais esse cenário, está previsto um investimento de R$ 10 milhões para a implementação de novos programas. Visa acelerar startups e, consequentemente, propiciar mais ensino sobre inovação.

Silvana conta que sempre esteve imersa no ramo do empreendedorismo. Por muitos anos, por exemplo, investiu no segmento fitness, com uma fábrica de aparelhos para academia e até mesmo com uma rede própria.

Nichos promissores

Porém, em busca de novos desafios, ela buscava investir em nichos promissores, de olho nos segmentos que estavam em alta. Foi então que encontrou a resposta na intersecção entre agro e tecnologia. A partir daí, ela teve o primeiro contato com o termo startup.

“Eu me apaixonei. Achei muito interessante em todas as possibilidades e, por isso, conheci vários hubs de inovação pelo Brasil”, diz ao EMPREENDER EM GOIÁS.

Ao mesmo tempo, ela pontua que passou a se especializar, frequentar eventos e conhecer outros ambientes de inovação de referência, como o inovabra (São Paulo), o Cubo Itaú (São Paulo) e a Acate (Santa Catarina).

Diferencial

Após essa imersão, a empresária decidiu, em 2019, criar o Hub Cerrado. Para tanto, pediu ao inquilino da época o imóvel de 3 mil metros quadrados que fica no Jardim Atlântico, em Goiânia, e decidiu investir todo o capital que tinha naquele momento.

Contudo, poucos meses depois, veio a pandemia da Covid-19. Apesar dos vários perrengues e dos percalços causados na economia pela doença, ela superou os desafios.

Atualmente, o espaço conta com 85 startups e 640 empresas, que, juntas, somam um capital social de R$ 20 bilhões, segundo a CEO. Além do mais, o local ainda conta com uma lista de espera de empresas que buscam se instalar.

O Hub Cerrado comporta 500 pessoas e possui um auditório com 120 lugares, além de salas privativas e de reunião. Adicionalmente, há uma área de convivência que, segundo Silvana, é excelente para a criação de novas ideias e, inclusive, para o surgimento de novos negócios.

“Temos uma área de descompressão com mesa de sinuca, mesa de ping-pong, forno de pizza e churrasqueira. Essa área, que é muito utilizada em empresas de tecnologia lá fora, era uma novidade quando montamos”, afirma.

Estratégia

Segundo Silvana, os R$ 10 milhões previstos para investimentos provêm de contratações para hackathons, editais de governos e outros projetos de inovação realizados pelo Hub para terceiros.

Inicialmente, o faturamento do local era no esquema 80% proveniente das locações e 20% de projetos de serviços. Agora, a situação já está mais equilibrada.

“Eu poderia dizer que está meio a meio, mas o nosso objetivo é ter 80% da receita nesses projetos que a gente tem e, por outro lado, 20% na locação dos espaços”, afirma a empresária.

O Hub Cerrado comporta 500 pessoas e tem um auditório com 120 lugares, salas privativas e de reunião

Level up

Um dos projetos de destaque é o “Level up”, que busca o letramento digital para aqueles que querem investir na área de tecnologia. A expectativa é que o curso tenha início já neste semestre, capacitando novos talentos para o mercado.

“Ainda temos o Cerrado Talks, que acontece mensalmente. O acesso é gratuito ao público e sempre traz assuntos de relevância para todas as pessoas, mas, principalmente, para quem é empresário. Também tem um Coffee Meet, onde recebemos mensalmente pessoas que querem conhecer o Hub e buscam fazer parte dessa comunidade que trabalha em prol da tecnologia e inovação”, detalha Silvana.

Ademais, ela cita o “Cerrado Angels”, que visa formar investidores. “Estamos buscando mudar uma cultura negativa para a nossa cidade, que é a da falta de investimento em inovação”, afirma com convicção.

Na maioria das vezes, completa Silvana, o que acontecia até então é que, quando uma startup começava a crescer, a se desenvolver e a ganhar projeção, empresas e aceleradoras de outros estados vinham e buscavam essas startups para si.

“Fazemos parte de um grupo que chama Pacto pela Inovação, onde somos vários signatários que estão ali para poder apoiar. Estão o poder público e o setor privado juntos para, dessa forma, a gente poder construir esse ecossistema mais forte e poder absorver todas essas empresas de bases tecnológicas que nascem aqui e que tenham bons potenciais”, complementa.

Inovação na própria pele

Silvana se apaixonou tanto pela área que hoje conta com a sua própria startup: a Tudo Med. Trata-se de uma gestora de saúde corporativa que atua em três principais áreas: Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho; Assistência à Saúde e Benefícios Corporativos. A plataforma, aliás, conta com um sistema de telemedicina 24 horas por dia.

“Hoje, existem vários atestados de saúde ocupacional e normas regulamentadoras que as empresas têm de cumprir, e a TudoMed auxilia as empresas nessa parte. Consequentemente, temos um grande leque de parceiros que trabalham conosco na área de medicina do trabalho, que desenvolvem os laudos necessários, por exemplo”, pontua.

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