Centro-Oeste apresentou o maior crescimento de startups em 2024, mas ainda tem o menor número no país.
Existiam no ano passado 304 startups em Goiás, segundo o levantamento Startups Report Brasil 2024, realizado pelo Sebrae. Trata-se do menor número na Região Centro-Oeste, onde Mato Grosso lidera com 463, seguido por Distrito Federal (457) e Mato Grosso do Sul (448).
Embora o Centro-Oeste registrou a maior taxa de crescimento (189%) no ano passado, ainda fica em último lugar no número de startups: 1.672. Segundo o levantamento, a região com maior número é o Sudeste, com mais de 6,5 mil startups.
Em todo o Brasil houve crescimento de 59% de números de startups em 2024, com mais de 18 mil em operação.
Os principais segmentos de atuação das startups no Brasil são Tecnologia da Informação (13,74%), Saúde e Bem-estar (11,16%), Educação (8,81%), Agronegócio (7,34%), Impacto Socioambiental (6,39), Alimentos e Bebidas (5,32%), Gestão e Consultoria (5,21%), Serviços Profissionais (4,46%) e Comunicação e Mídia (3,72%).
Para a analista da Unidade de Soluções do Sebrae Goiás, Ivana Xavier, os dados mostram desafios existentes no estado. Ela destaca que, mesmo com os incentivos do governo de Goiás, há ainda um processo de amadurecimento.
“Muitas startups nascem com boas ideias, mas enfrentam dificuldades para entender as reais dores do mercado e construir soluções que gerem valor e tração desde os primeiros estágios”, diz.
A analista também lembra que grande parte das startups não consegue avançar por falta de recursos financeiros. “O capital de risco ainda está concentrado nas grandes capitais. Muitas regiões do país têm pouco acesso a investidores-anjo, fundos de investimento e aceleradoras”, frisa.
Ivana ressalta ainda que a falta de capacitação empreendedora, além da burocracia e o ambiente regulatório do país que, apesar dos avanços, ainda são entraves para a formalização e crescimento desse tipo de negócio. A retenção de mão-de-obra especializada também é outro grande gargalo enfrentado pelos empresários.
A analista do Sebrae destaca ainda que as startups desenvolvem um papel estratégico no fortalecimento da economia local e na criação de um ambiente inovador e competitivo. “Elas têm a capacidade de gerar soluções criativas para problemas reais da sociedade, impulsionando setores tradicionais com tecnologia, eficiência e novos modelos de negócio”, afirma.
Além disso, pontua que as startups atraem investimentos privados e geram empregos qualificados, especialmente entre jovens. “Mesmo operando com equipes enxutas, elas movimentam cadeias inteiras, desde fornecedores locais até prestadores de serviços e parceiros institucionais”, enfatiza.
Ivana ressalta que o cenário goiano é produtivo para que mais empresas se consolidem no estado e se tornem referência nacional. Mas que alguns passos são ainda fundamentais. “Fortalecer ambientes de inovação, aumentar o acesso a capital, desburocratizar o ambiente regulatório, fomentar a educação empreendedora, estabelecer uma governança sólida do ecossistema, entre outras”, diz.