segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Especialista alerta para ‘teto de vidro’ no mercado de trabalho em Goiás

Especialista alerta para ‘teto de vidro’ no mercado de trabalho em Goiás

A alta empregabilidade ainda não se traduziu em prosperidade e equidade no estado, segundo especialista em educação para negócios.

10 de outubro de 2025

Embora Goiás seja o 5º estado com maior percentual de população ocupada (59,4%), a alta empregabilidade ainda não se traduziu em prosperidade e equidade. Segundo avaliação do especialista em educação para negócios Davi Braga.

“Os novos dados do Censo do IBGE mostram que geramos muitos empregos em Goiás, mas não na mesma velocidade que geramos renda de qualidade. O que estamos vendo é o sintoma de um ‘teto de vidro’ da qualificação”, frisa.

Mas, o que é isto? “O estado forma mão de obra para a base da pirâmide, mas ainda sofre para criar trilhas de carreira para posições de alto valor agregado. O que acaba por aprofundar desigualdades históricas”, responde Braga.

“O desafio de Goiás não é mais gerar vagas, é gerar valor”, analisa Braga. “A solução passa por investir em trilhas de qualificação que preparem os profissionais para os cargos que o mercado do futuro exigirá”, defende.

Disparidades

Fundador da UNEED, ecossistema de educação com sede em Goiânia, Braga diz que a análise do Censo mostra que a disparidade no mercado de trabalho no estado é mais acentuada nos níveis de alta formação.

Em Goiás, segundo o IBGE, mulheres com ensino superior completo ainda ganham 38,1% a menos que os homens com a mesma formação. No recorte racial, profissionais negros com diploma universitário no estado recebem, em média, 31,2% a menos que profissionais brancos.

Outra pesquisa recente do IBGE, a PINTEC Semestral, revelou que a adoção de inteligência artificial na indústria brasileira mais que dobrou em apenas dois anos. O mesmo levantamento aponta que a “falta de pessoal qualificado” é o principal empecilho para a inovação, citado por 60,6% das empresas que não adotaram nenhuma nova tecnologia.

“Isso evidencia que o teto de vidro da qualificação em Goiás não é uma hipótese, mas uma barreira concreta que já está impedindo parte da nossa indústria de inovar”, enfatiza.

Saiba mais: IBGE revela alta taxa de ocupação em Goiás

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.

One thought on “Especialista alerta para ‘teto de vidro’ no mercado de trabalho em Goiás”

  1. Luciano Paixão disse:

    A culpa é do próprio empresariado que não dá oportunidade. As vagas são só pra quem tem muita qualificação. Não abrem programa de aprendizado ou de Universidade Interna. Não dão oportunidade pra quem tem acima de 40. Não é difícil uma pessoa com vontade de crescer assimilar rápido o serviço, mas ela não tem oportunidade. Por isso esse Teto de Vidro. Alguns cargos no Linkedin até é hilário o salário que é oferecido pelas qualificações e habilidades que pedem, deveria ser o triplo !