domingo, 12 de outubro de 2025
Comércio prevê impacto nas vendas com os feriados em 2026

Comércio prevê impacto nas vendas com os feriados em 2026

Próximo ano terá mais feriados em dias úteis, o que pode gerar redução de até 30% nas vendas, segundo projeção da FCDL.

12 de outubro de 2025

O ano que vem terá nove feriados nacionais com possibilidade de emendar com os fins de semana. Somados aos pontos facultativos, devem impactar o faturamento do comércio e prestadores de serviços.

Segundo previsão da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO), o comércio pode registrar queda de 20% a 30% no faturamento com os feriados prolongados.

O vice-presidente da entidade, Christian Pereira, diz que os pequenos e médios comerciantes são os mais afetados, pois dependem da movimentação diária para manter o caixa equilibrado.

“Cada dia fechado significa menos faturamento, mas o lojista continua tendo que pagar aluguel, fornecedores e funcionários. Para quem depende da venda diária, os feriados pesam bastante”, afirma ao EMPREENDER EM GOIÁS.

Segundo ele, os setores de turismo, alimentação e lazer tendem a registrar movimento maior nesses períodos. Caminho inverso do comércio de rua e as lojas de bairro, que são mais prejudicados. Ele ressalta que a perda de receita pode comprometer a manutenção de empregos.

“Um calendário com muitos feriados reduz a capacidade do comércio de segurar os empregos e até de gerar novas vagas. Se o empresário não tem caixa, pode enfrentar atrasos na folha e até demissões”, alerta.

“Os custos fixos permanecem, mas o faturamento diminui (com os feriados)”, observa Marcelo Baiocchi

Prejuízos

O presidente da Fecomércio Goiás, Marcelo Baiocchi, também considera que os feriados prolongados trazem prejuízo à maioria dos segmentos do comércio. “O feriado é uma data a menos para produzir. Quanto mais dias úteis, mais vendas. Os custos fixos permanecem, mas o faturamento diminui”, observa.

Ele destaca que, embora a legislação permita o funcionamento em feriados mediante convenção coletiva, o movimento raramente compensa os dias úteis perdidos. “Mesmo quem abre, como no caso de lojas em shopping centers, não tem o mesmo volume de vendas”, completa.

Baiocchi aponta ainda que apenas setores ligados ao turismo se beneficiam. “Feriados prolongados favorecem as cidades turísticas, mas Goiânia tende a esvaziar. A capital não tem grande apelo turístico, e o comércio sente a queda no fluxo de clientes”, afirma.

As entidades defendem que o poder público evite decretos de ponto facultativo em excesso para não ampliar os impactos econômicos.

“O descanso do trabalhador é importante, mas é preciso equilíbrio. Muitos municípios pequenos vivem do comércio, e um feriado prolongado pode significar perda de faturamento e dificuldade para manter empregos”, conclui Christian Pereira, da FCDL-GO.

Turismo

Para o setor hoteleiro da capital, o cenário também é bem desafiador, segundo a presidente do Sindicato dos Hotéis de Goiânia, Anaiad de Assis Lopes. Isso porque Goiânia é mais pujante em turismo de negócios, o que exige que eventos neste sentido sejam marcados dentro dessas datas para que haja um aquecimento no ramo.

“O pico de ocupação em Goiânia vai de terça a sexta-feira. Com os feriados prolongados, há queda brusca de hospedagens”, explica.

Ela destaca que cidades com vocação para o turismo de lazer, como Pirenópolis, Caldas Novas e Cidade de Goiás, devem ter aumento de visitantes, enquanto Goiânia tende a registrar redução no fluxo. “Dependemos de grandes eventos culturais e shows nesses períodos para movimentar a ocupação”, diz.

Saiba também: Comércio goiano bate recorde em número de empresas

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não será publicado.