Abriu e teve de fechar o seu restaurante

Pedro Henrique e seu restaurante fechado atrás: criatividade para driblar a crise

A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus atinge praticamente todas as empresas, com raras exceções. Mas, pode ser pior principalmente para as pessoas que, por muitos, anos, trabalharam e economizaram para realizar o sonho de abrir o próprio negócio. Logo que realizado, surgem o Covid-19 e as decisão das autoridades públicas de instituir o isolamento social como prevenção. É o caso do pequeno empresário Pedro Henrique Tavares, que depois de trabalhar por vários anos em restaurantes da rede QG Jeitinho Caseiro, abriu a sua própria franquia da rede. Em março deste ano. No dia 19 do mesmo mês, decreto o governo de Goiás determina o fechamento de várias atividades econômicas no Estado, incluindo a dos restaurantes.

“O primeiro impacto que tive foi de desespero, pois não sabia o que fazer quando recebi a notícia”, afirma o recém-proprietário de franquia na Estação da Moda Shopping. Natural de Alto Parnaíba, no Maranhão, Pedro Henrique chegou em Goiânia em 2005 com o objetivo de fazer curso de administração. Para custear os estudos, seu primeiro emprego em Goiás foi como pasteleiro na rede QG Pasteis. “De lá para cá, fui crescendo dentro da empresa, sendo promovido para subgerente, gerente e até realizar o sonho de me tornar franqueado”, explica.

Mas o curso de administração e a experiência no negócio foram determinantes para que o pequeno empresário logo passasse a reagir. E rápido. Deu férias coletivas para a metade de seus dez funcionários e passou a apostar em promoções para atrair a clientela. Também resolveu ampliar o serviço de delivery. “Já representava cerca de 30% das minhas vendas antes da crise e agora ajudava a manter o negócio de pé. Com o coronavírus, não tive outra alternativa e mergulhei de vez no delivery”, afirma Pedro Henrique.

Só que basicamente todos os restaurantes que continuaram a operar também passaram a vender por delivery. Era a única opção dada pelo decreto do isolamento social. “Apesar do aumento no número de pessoas que passaram a pedir pelo aplicativo, houve o crescimento de concorrentes. Estabelecimentos que não atuavam pela plataforma e começaram a buscar esse meio de vendas”, diz o empresário.

A solução foi inovar e se diferenciar da concorrência. Três pratos no cardápio do restaurante de Pedro Henrique passaram a ser ofertados como promoção, sendo alternados para sempre oferecer novidades aos clientes. Pratos executivos de empanado de frango, linguiça toscana, picadinho de frango e carreteiro por exemplo, que custavam R$ 24,99, passaram a ser vendidos por R$ 16,99. As vendas por delivery tiveram um aumento de 40% no estabelecimento de Pedro Henrique. “Com esse aumento e menos funcionários, tive também de voltar à cozinha e ajudar a garantir o atendimento de toda a demanda”, frisa o empresário.

“Como administrador, apesar das dificuldades, já tinha uma boa experiência que me ajudou a superar as dificuldades no dia a dia na nova função. O problema é que o coronavírus é algo novo e desconhecido, e exigiu soluções rápidas”, destaca Pedro Henrique. O empresário acredita que o hábito de consumo vai mudar no cenário pós-pandemia. “Tudo ainda é uma incógnita. Mas acho que os atendimentos em balcão serão diferentes, o que vai exigir adequações por parte dos administradores dos restaurantes”, diz.