segunda-feira, 29 de abril de 2024
Gastos públicos e eleições em Goiás

Gastos públicos e eleições em Goiás

A pandemia da COVID-19 provocou efeitos perversos tanto na saúde como na economia brasileira e goiana. Com a redução no ritmo da atividade econômica, aumento de preços e a elevação dos gastos públicos, formou-se um grave cenário a ser enfrentado com determinação e responsabilidade pelos governos.

20 de outubro de 2021

Paulo Borges Campos Jr.

A pandemia da COVID-19 provocou efeitos perversos tanto na saúde como na economia brasileira e goiana. Com a redução no ritmo da atividade econômica, aumento de preços e a elevação dos gastos públicos, formou-se um grave cenário a ser enfrentado com determinação e responsabilidade pelos governos. O governo de Goiás tem buscado agir positivamente propondo ações para o seu equilíbrio fiscal, reduzindo sua dívida pública, promovendo uma política de incentivo e de benefício fiscal mais inteligente e seletiva, privatizando empresas e procurando diminuir despesas desnecessárias e corporativas, dentre outras medidas. Emboracom a vacina os números da pandemia estejam caindo, aumentando assim o grau de confiança econômica, são enormes os desafios a serem encarados pelos governos, especialmente na diminuição do peso do Estado na economia, para melhorar assim os ambientes de negócios.

Nesse mês de outubro, duas ações do governo estadual nos chamaram a atenção. A primeira foi o envio à Assembleia Legislativa da LOA 2022, que é a lei orçamentária para o ano vindouro, sem a presença de déficit, algo raro nas contas públicas goianas. Em 2022, despesas e receitas públicas estão fixadas, cada uma, em R$ 39,3 bilhões. Mais de 6,6% das despesas serão investidas, sendo que R$ 1 bilhão irá para a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (GOINFRA). A segunda ação ocorreu com a venda, no dia 15 passado, da CELG Transmissão (CELG T) por quase R$ 2 bilhões, representando um ágio de mais de 80% sobre o preço inicial de R$ 1,1 bilhão. É importante que o governo siga com novas privatizações. O governador de Goiás afirmou que os recursos dessa venda serão utilizados para reduzir o déficit previdenciário do Estado.

O ano de 2022 será bastante movimentado nos quadros políticos e econômicos nacional e goiano, com a realização de eleições para presidência da República, Senado Federal, Câmara dos Deputados, governos dos Estados e Assembleias Legislativas. Já dizia um conhecido político goiano: “a única coisa que não pode acontecer em uma eleição é a derrota”. Diante dessa afirmação, o rigor no controle das despesas públicas, evitando principalmente os gastos eleitoreiros, é imperativo para que se tenha compromisso com o processo de desenvolvimento de Goiás. Espero que o governador e sua competente equipe econômica não cedam ao “canto da sereia”, promovendo ações deletérias à qualidade dos gastos públicos, o que tem sido uma tradição nas eleições goianas. Que assim seja!

Paulo Borges Campos Jr.  

Economista, doutor pela UFG e consultor sênior da Tarumã Consultoria

Paulo Borges Campos Jr é economista e Doutor pela UFG e secretário Executivo de Economia e Parcerias da Secretaria da Fazenda de Aparecida de Goiânia

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One thought on “Gastos públicos e eleições em Goiás”

  1. Alexandre Lemos barros disse:

    Parabéns dr Paulo Borges é meu amigo Paulo
    Sua análise é e será muito importante para Goiás