quarta-feira, 27 de agosto de 2025
Inadimplência atinge maior nível em quase oito anos

Inadimplência atinge maior nível em quase oito anos

Inadimplência no Brasil sobe a 5,2% em julho, aponta o Banco Central. Crédito desacelera com a Taxa Selic em 15% ao ano.

27 de agosto de 2025

A inadimplência no Brasil subiu em julho de 2025 e alcançou o maior nível em quase oito anos. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (27). O avanço acontece em um cenário de custos elevados dos empréstimos e, ao mesmo tempo, de desaceleração no ritmo de concessão de crédito.

No segmento de crédito livre, em que os bancos definem as condições sem a interferência do governo, a inadimplência chegou a 5,2% em julho, contra 5% no mês anterior. Assim, o indicador atingiu o patamar mais alto desde novembro de 2017.

Além disso, no acumulado de 2025, o índice já registra uma alta de 1,1 ponto percentual. Esse resultado reflete não apenas o cenário econômico, mas também mudanças regulatórias recentes. Dessa forma, segundo o BC, as novas regras levaram a uma mensuração mais rigorosa. Isto elevou os números oficiais da inadimplência em comparação com os cálculos anteriores feitos pelos bancos.

Concessões de crédito

Enquanto a inadimplência avança, as concessões de empréstimos no Brasil cresceram 1,2% em julho frente a junho. Por outro lado, o estoque total de crédito apresentou uma variação mais tímida, com aumento de apenas 0,4% no período, alcançando a marca de R$ 6,716 trilhões.

O Banco Central ressaltou que, mesmo com crescimento, os sinais de desaceleração do crédito ficaram mais evidentes. Portanto, embora o volume continua elevado para padrões históricos, a tendência segue de maior moderação nos próximos meses.

Selic e atividade econômica

De acordo com o BC, essa desaceleração do crédito já era esperada, já que está alinhada ao ambiente de condições financeiras mais restritivas e ao menor ritmo da atividade econômica.

Além disso, a taxa básica de juros, a Selic, permanece em 15% ao ano, nível considerado restritivo. O objetivo dessa política monetária é reduzir a inflação. No entanto, como consequência, o custo é uma menor expansão econômica e uma pressão adicional sobre o endividamento das famílias e empresas.

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