Goiás ainda é relativamente jovem, mas o ritmo acelerado de envelhecimento da população cria oportunidades para novos negócios.

O envelhecimento da população começa a se refletir com força em Goiás. Segundo dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, o Brasil possui 32,1 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 15,8% da população total.
Em Goiás, a proporção é menor: 964,4 mil idosos, ou 13,7% da população. Contudo, o avanço ao longo das últimas décadas é expressivo e indica um mercado em franca expansão no estado.
Em 1970, Goiás registrava pouco mais de 102,7 mil idosos, número que saltou para 964,4 mil em 2022. Trata-se de um aumento superior a 828% em cinco décadas. Além da quantidade absoluta, a participação dos idosos na população total também cresceu de 3,5% para 13,7% no período.
Esse processo é reforçado pelo perfil de urbanização: 93,2% da população idosa goiana vive em áreas urbanas, percentual acima da média nacional (87,4%). Ou seja, trata-se de um público altamente concentrado em centros urbanos e com acesso mais direto a serviços e consumo.

Apesar do potencial, Goiás ainda possui uma proporção de idosos abaixo da média nacional (15,8%), ocupando a 15ª posição entre os 27 estados. Isso indica que o mercado da terceira idade tende a se expandir fortemente nas próximas décadas, acompanhando a tendência nacional de envelhecimento populacional.
Para as empresas, isso significa antecipar-se às demandas, ajustando produtos, serviços e estratégias de comunicação. O setor privado que investir desde já em soluções voltadas para esse público encontrará um espaço de crescimento consistente, apoiado em um movimento demográfico irreversível.
O Censo mostra que o envelhecimento ocorre de forma desigual em Goiás. Municípios do interior como Aurilândia (27,7%), Amorinópolis (27,3%), Aloândia (25,9%), Moiporá (25,6%) e Córrego do Ouro (25,2%) estão entre os que apresentam as maiores proporções de idosos. Já cidades de forte atração populacional e perfil mais jovem, como Chapadão do Céu (6,2%), Águas Lindas (6,6%), Valparaíso (7,6%), Senador Canedo (8,2%) e Cidade Ocidental (8,3%), ficam bem abaixo da média estadual.
Nos grandes centros urbanos, os índices se aproximam da média: Goiânia (15,1%), Anápolis (14,2%) e Aparecida de Goiânia (10,5%).
Esse contraste revela que, enquanto o interior envelhece mais rapidamente, regiões metropolitanas mantêm perfil jovem, criando um duplo mercado para empresas. Tanto voltado a serviços e cuidados especializados quanto a estratégias de consumo intergeracional.
