Com 130 empresas no estado, segmento emprega 4,5 mil pessoas e é responsável por 8% do faturamento nacional.

Goiás está entre os principais centros industriais do ramo da produção de cosméticos no país. As indústrias aqui localizadas, sejam goianas originais ou apenas instaladas aqui, vendem nacionalmente e internacionalmente. E o presidente do Sindquímica-GO, Lino Ferreria, acredita que será ainda melhor.
O estado tem mais de 130 empresas do setor autorizadas pela Anvisa, de um total de 4 mil no país. São 4,5 mil empregos diretos gerados em Goiás. Que está em sétimo lugar no ranking nacional em termos de produção, responsável por 8% do faturamento nacional.
No estado, são fabricados diversos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos variados, como produtos para pele e cabelo.
Aproximadamente 80% das indústrias goianas do segmento estão localizadas em Aparecida de Goiânia, um dos principais centros industriais do estado. A representatividade do setor cosmético é de aproximadamente 10% do faturamento do município e 25% das indústrias da cidade são de fabricantes de cosméticos.
Segundo Lino Ferreira, proprietário da indústria Cosmefar, Goiás tem algumas características que o favorecem. Como o posicionamento geográfico estratégico e a presença de empresas altamente inovadoras. Para ele, o setor vem demonstrando crescimento consistente nos últimos anos, mesmo diante de desafios logísticos, regulatórios e de qualificação técnica.
“Um dos principais gargalos ainda é o acesso a matérias-primas especializadas e o alto custo da burocracia para pequenas e médias empresas. Especialmente no que diz respeito à regulação sanitária”, afirma o presidente do Sindquímica-GO ao EMPREENDER EM GOIÁS.
Mesmo assim, o crescimento do mercado de estética e cuidados pessoais tem sustentado a demanda, fortalecendo a base industrial e atraído novos investimentos. “A expectativa para o futuro é positiva. Com o avanço de políticas públicas de incentivo à industrialização, inovação e sustentabilidade, Goiás tem potencial para se consolidar ainda mais como um polo nacional em cosméticos de alta tecnologia até 2026”, frisa.
Em Goiás, o faturamento anual das indústrias cosméticas goianas varia conforme o porte. As menores, em média, faturam por volta de R$ 500 mil. Já as maiores podem chegar a R$ 50 milhões. De acordo com o site Empresaqui, as três maiores do estado são a Coty Brasil Comércio S.A., Savoy Indústria de Cosméticos S.A. e Aquarela Nails Multimarcas.
A Coty lidera por muito no quesito capital, com mais de R$ 1,3 bilhão. É líder global em fragrâncias e ocupa o 3º lugar no quesito maquiagem e esmaltes, com vendas em cerca de 150 países. Savoy e Aquarela possuem R$ 444 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente.
No Brasil, a Coty decidiu instalar sua fábrica e seu principal centro de distribuição em Goiás por conta do posicionamento estratégico do estado. Tem 2,4 mil funcionários, alocados em Senador Canedo e Goiânia, e nos estados de São Paulo, onde fica sua sede administrativa, e Rio de Janeiro, onde está outro centro de distribuição e logística.
O Brasil é o terceiro maior mercado global de cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, de acordo com a Euromonitor International, consultoria global especializada em higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.
O segmento de maquiagem tem se destacado. A expectativa é de que esse nicho cresça cerca de 8% ao ano até 2030. As causas seriam a nova geração de consumidores, os avanços em tecnologia e o maior acesso a produtos de beleza no país.
De acordo com a Nielsen, empresa global de inteligência do consumidor que fornece dados e análises, a categoria de beleza no Brasil continuou sua trajetória ascendente em 2024, com crescimento de 12,7% nas vendas. 72% dos consumidores brasileiros dizem que nunca deixariam de comprar cosméticos, 12 pontos a mais do que nos EUA.