Loja pioneira na revenda de material hidráulico em Goiânia, a Casa Iracema foca seu negócio nos segmentos industrial e predial para manter ritmo de crescimento. Com duas lojas em Goiânia e uma em Brasília, a empresa criada por Henrique Coe há 75 anos é a única das primeiras da capital goiana que se mantém no […]
Loja pioneira na revenda de material hidráulico em Goiânia, a Casa Iracema foca seu negócio nos segmentos industrial e predial para manter ritmo de crescimento. Com duas lojas em Goiânia e uma em Brasília, a empresa criada por Henrique Coe há 75 anos é a única das primeiras da capital goiana que se mantém no ramo.
Com vendas concentradas em grandes clientes industriais em cinco Estados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, a Casa Iracema é fornecedora favorita da agroindústria. Hoje, com 70 funcionários, tem em seu portfólio de clientes empresas como os frigoríficos JBS e Minerva, a SuperFrango, Laticínio Bela Vista, Grupo Otávio Lage e Eternit, entre outras.
Cerca de 70% das vendas estão com grandes clientes industriais e 30% no segmento predial. “Hoje, até médico está se especializando, o profissional que opera joelho só faz isso. Todo mundo está se especializando cada vez mais para atender melhor e agregar valor”, diz Hermógenes Ferreira Coelho Neto, atual diretor da empresa fundada há 75 anos.
Uma história que começou na época em que Goiânia dava seus primeiros passos como a nova capital de Goiás. Em 1942, Henrique Coe ergueu, com a ajuda do sogro Pedro Roldão Melo, sua primeira loja na Avenida Anhanguera. A Casa Iracema, nome de inspiração familiar e apelo literário (remete à personagem principal do romance de José de Alencar), vendia de tudo um pouco na área de construção civil. A loja de Coe convivia com apenas três concorrentes: Soteca, Goiamate e Emig (embrião do atual grupo Govesa). Delas, só a Casa Iracema segue no mercado de tubos e conexões.
Filho de pai inglês com mãe portuguesa, Henrique Coe nasceu no Rio de Janeiro, mas mudou-se para Salvador com a família, antes de se fixar em Goiânia. Contabilista por formação, Coe sempre foi meticuloso nos negócios, conta o filho mais velho Carlos Henrique Coe. Três décadas depois, abriu sua segunda unidade, em prédio próprio como a primeira, na Avenida Goiás.
O próprio Henrique Coe relembra um jeito de gerir os negócios que acabava por fortalecer a empresa e driblar crises. “Sempre fui comedido nas compras. Comprava na medida da venda, mas nunca me faltou material. Às vezes pagava até um pouco mais caro em função da falta de volume nos pedidos, mas preferia assim”, disse em entrevista ao EMPREENDER EM GOIÁS com uma lucidez que impressiona, perto de seus 99 anos (completa em outubro).
Seus principais fornecedores estavam em São Paulo, mas recorria muitas vezes a vendedores de Campinas, mais antigo bairro de Goiânia que na época tinha vida própria e um mercado pujante e variado. Meticuloso na gestão, herdou do pai o temperamento e a correção detalhista nos negócios.
Guarda emoldurado na mesa do escritório da firma uma nota fiscal com a inscrição de número 1 na Secretaria da Fazenda de Goiás, no governo de Pedro Ludovico.
Era uma época em que ninguém se atentava para a emissão de notas de venda, um cuidado que lhe gerou inclusive problemas com a vizinhança de mercado, lembra ele, já que o Estado passou a cobrar o procedimento dos empresários. “Falavam que a exigência oficial tinha sido fomentada por mim”, diverte-se rindo.
Gestor organizado, Coe era também um empreendedor de visão e foi chamado de louco quando ergueu sua terceira loja na capital, em 1984, no então afastado Setor Rodoviário, onde a empresa ainda mantém a unidade na Rua da Imprensa.
Pouco depois, em 1951, Coe, já contando com novos sócios no negócio, entre eles Jales Guedes Coelho e Hermógenes Ferreira Coelho, avô do atual administrador Hermógenes Ferreira Coelho Neto), expandiu suas atividades para Brasília. Abriu três lojas na capital federal, onde mantém uma delas, a maior do grupo em termos de espaço físico. A maior em faturamento segue em Goiânia, valores que a empresa não revela.
Líder classista
Coe fala com gosto, mas sem saudosismo de sua atuação à frente da empresa, que segue comandada pela filha mais nova, Vera Lúcia, e os sócios da família Coelho. Aposentado, o empresário vem recebendo diversas homenagens em reconhecimento ao seu pioneirismo e atuação classista. Henrique Coe presidiu por vários mandatos a Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), a Federação do Comércio do Estado de Goiás e dirigiu ainda o Sesc e o Senac. Nesse período, foi professor no curso que deu origem à Faculdade de Economia da UCG (atual PUC-GO), do qual foi um dos fundadores. Também fundou o Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção, Louças, Tintas, Ferragens no Estado de Goiás (Sindimaco), do qual faz parte da diretoria..
O senhor Henrique Coe e o senhor Hermógenes Ferreira Coelho Neto foram meus patrões durante 6 anos, quando fui auxiliar de escritório e secretária na Casa Iracema da Rua da Imprensa. Devo a eles grande parte do conhecimento que tenho. Aprendi a amá-los e respeitá-los e sei que Deus usou a vida deles para abençoar a minha.
Senti saudades quando saí depois do meu primeiro parto quando vieram as minhas filhas gêmeas que já estão com 21 anos. Tenho também a caçula que está com 17 anos.
Jamais vou esquecer o tempo de crescimento que eles me proporcionaram, junto com os colegas de trabalho que eram pessoas maravilhosas.
Que Deus conceda muita saúde e longevidade a esses homens de grande valor!
Seu avô era inglês, Henrique Coe, casado com uma imigrante espanhola, tiveram 11 filhos, mas nem todos no RJ. Seus filhos casaram, sendo alguns com imigrantes portuguêsas, construíram famílias e deixaram descendentes em alguns estados brasileiros…
Meu avô era José Coe, filho de Henrique Coe e neto de Charles Coe.
Oi Sueli, adoraria poder conversar com você sobre a familia Coe. Abraço