Depois de três anos de retração, o mercado imobiliário em Goiás dá claros sinais de recuperação, mostram pesquisas divulgadas nesta semana pelo Sinduscon e pela Ademi. O aumento nas vendas líquidas e a tendência de queda nas taxas de juros, que favorecem os financiamentos, apontam para a retomada do crescimento deste segmento no Estado. As […]
Depois de três anos de retração, o mercado imobiliário em Goiás dá claros sinais de recuperação, mostram pesquisas divulgadas nesta semana pelo Sinduscon e pela Ademi. O aumento nas vendas líquidas e a tendência de queda nas taxas de juros, que favorecem os financiamentos, apontam para a retomada do crescimento deste segmento no Estado.
As vendas cresceram 24% no primeiro semestre deste ano, para a média mensal de R$ 278 milhões, comparado com o mesmo período de 2016 (R$ 224 milhões/mês). Já os distratos, quando compradores desistem da compra/financiamento do imóvel, caíram 25% para a média mensal de R$ 102 milhões, ante os R$ 136 milhões no primeiro semestre de 2016.
A venda líquida do setor (quando se exclui os distratos) foi de R$ 1,1 bilhão de janeiro a junho deste ano em Goiás, exatamente o mesmo volume dos 12 meses de 2016. A expectativa, segundo o instituto Grupom, é que encerre este ano em R$ 2,5 bilhões.
Estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontou que a Região Metropolitana de Goiânia, compreendendo a capital e Aparecida, obteve variações positivas em todos os quesitos e está entre as nove regiões (de 18 pesquisas) que tiveram aumento de lançamentos imobiliários. Foram 1,4 mil unidades habitacionais no primeiro semestre deste ano, frente a 1,2 mil no mesmo período de 2016.
A pesquisa da CBIC também apontou crescimento nas vendas na Grande Goiânia: 2,4 mil unidades comercializadas no 1º semestre deste ano, contra 1,8 mil em 2016.
Outro dado positivo é a recuperação do emprego na construção civil em Goiás puxada pela retomada dos lançamentos imobiliários. O Caged, do Ministério do Trabalho, constatou que foram gerados de janeiro a julho deste ano 4.330 novas vagas no setor, aumento de 6,2% em relação ao ano passado.
Juros em queda
Vice-presidente da Ademi, Fernando Razuk diz que no começo da crise, com o aumento da taxa de juros, houve redução do recurso da caderneta de poupança, a principal fonte dos financiamentos imobiliários. “Os bancos, para se protegerem, restringiram bastante a concessão de crédito aos clientes, além de que houve aumento significativo dos distratos no ano passado”, diz.
O cenário agora é o inverso: com a queda da taxa de juros, a tendência é de aumentar o recurso de poupança e os bancos passam a ser menos restritivos na concessão do crédito. A tendência é dos juros de financiamento comecem a cair, o que diminui o valor da parcela e a reaquece a procura.
Presidente do Sinduscon, Carlos Alberto Moura avalia que o cenário positivo se deve em parte ao equilíbrio econômico que o Estado de Goiás conseguiu manter neste período de crise, em comparação a outros Estados do País, e em parte ao bom planejamento e estratégias das empresas goianas. “Esse é um movimento que integra a estratégia dos empreendedores para manter o equilíbrio do mercado e os lançamentos já retomaram o fôlego para suprir a demanda existente”.