As duas palavras em inglês apresentam conceitos diferentes sobre como lidamos com o trabalho. Por muitos anos o termo “eu sou um workaholic” é dito pelas pessoas, sejam trabalhadores ou empreendedores, para demonstrarem que o trabalho sempre foi e é a prioridade em suas vidas. É um sintoma de vício. Na década passada surgiu o […]
As duas palavras em inglês apresentam conceitos diferentes sobre como lidamos com o trabalho. Por muitos anos o termo “eu sou um workaholic” é dito pelas pessoas, sejam trabalhadores ou empreendedores, para demonstrarem que o trabalho sempre foi e é a prioridade em suas vidas. É um sintoma de vício. Na década passada surgiu o conceito worklover para definir aqueles que dedicam maior parte do dia ao trabalho, mas de forma prazerosa e equilibrada.
Alguns especialistas dizem que a diferença entre o worklover e o workaholic é a falta de vício no primeiro e a ausência de paixão na atividade do segundo. Mas o worklover não está livre das peculiaridades de quem trabalha demais: cobrança da família por atenção, falta de tempo para o lazer, dificuldade de relacionamento com os filhos, etc.
Os principais sinais de alerta estão ligados ao workaholic, que tem mais dificuldades em lidar com a pressão e vive estressado, podendo desenvolver problemas físicos envolvendo a memória e o coração. Entretanto, apesar de o workaholic ter mais chances de adoecer por trabalhar muito, o worklover também pode ter problemas.
O conceito workaholic já ganhou até número no catálogo das doenças psiquiátricas. Trata-se de um vício, casos que precisam de maior atenção, pois podem desenvolver problemas físicos e psíquicos de esgotamento, que também pode ser chamada de Síndrome de Burnout, distúrbio psíquico que se desenvolve a partir da fadiga física e mental com intervalos curtos de recuperação, como o descanso e o sono.
O conceito worklover ganhou força com a nova geração, a classificada de Y, que tem encarado o trabalho de outra forma das gerações anteriores. A carreira é encarada como mais satisfação social, liberdade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. As novas tecnologias têm também ajudado nisto com a reinvenção de muitas profissões e aumento no número de trabalhadores autônomos como, por exemplo, os motoristas de aplicativos de transporte, como Uber.
O criador da definição de worklover, Wanderley Codo, costuma dizer que o mecanismo desencadeante da paixão pelo trabalho é o controle. “Todo trabalho implica controle sobre o mundo, pois você está produzindo algo que não tinha antes. Só que alguns trabalhos permitem que você saiba que exerce este controle e outros não. Os que sabem são mais felizes. Além disso, é o profissional que percebe a importância e a transformação que seu trabalho causa na sua vida, na vida de outras pessoas ou mesmo na humanidade”, disse em recente palestra.
Características do workaholic
São pessoas constantemente trabalham mais de 12 horas por dia e ainda levam serviço para casa, constantemente recebem críticas por no fim de semana por ficarem sempre de olho no celular e checar as mensagens a cada hora para ver se existe alguma pendência no trabalho, deixando de lado sua convivência social, seja com familiares ou amigos. Se tornam um trabalhador viciado e compulsivo. Alguns sintomas são autoestima exagerada, insônia, mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão e, não raro, depressão.
Características do worklover
Trabalha por paixão, com alegria e tem maior produtividade. A remuneração não é o mais importante, comemora e compartilha as conquistas, tem estresse moderado e vida social. Tem clara noção de que o excesso de trabalho se refletirá em conflitos nos relacionamentos pessoais, além de proporcionar efeitos nocivos à saúde e bem-estar. O caminho para combater esse problema é assegurar o equilíbrio, entre a vida pessoal e profissional, buscar valorizar mais os momentos de lazer, perceber que o descanso é fundamental para melhoria de resultados e para se ter novas ideias.