A W Palmerston, holding do Grupo Prive, deverá fechar este ano com um volume geral de vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão. Para os próximos três anos, a estimativa não é modesta: prevê R$ 5 bilhões em VGV com os novos empreendimentos que estão em construção e os que ainda devem ser lançados no País. […]
A W Palmerston, holding do Grupo Prive, deverá fechar este ano com um volume geral de vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão. Para os próximos três anos, a estimativa não é modesta: prevê R$ 5 bilhões em VGV com os novos empreendimentos que estão em construção e os que ainda devem ser lançados no País. A taxa média de crescimento do grupo goiano é de 15% a 20% ao ano. Como conseguir resultados expressivos em época tão adversa na economia brasileira? Aproveitar as oportunidades do mercado, inovar na comercialização, ter bons parceiros e investir no crescimento. É a receita básica do presidente da holding, Waldo Palmerston Xavier.
“A crise criou também oportunidades para o turismo nacional, porque muitos brasileiros deixaram de viajar para o exterior e passaram focar suas férias e lazer no País. Quem estava preparado, aproveitou. Mas acreditamos também que a recuperação econômica do País já começou e ajudará na comercialização dos nossos empreendimentos. O Brasil hoje tem , inflação e juros baixos e uma reserva de US$ 400 bilhões. A economia se descolou da crise política. Apostamos que o próximo ano será bem melhor”, diz o empresário em entrevista exclusiva ao EMPREENDER EM GOIÁS, na sede da holding, num andar inteiro de um moderno prédio comercial em Goiânia, no Jardim Goiás.
Além da rede hoteleira e entretenimento, a W Palmerston atua com loteamentos, construção civil e mineração. O grupo está dividido em sete empresas que, ao todo, têm 2,8 mil funcionários no País: o Grupo Prive (com redes hoteleiras, parques aquáticos, incorporações e loteamentos); a WAM Brasil (incorporação e venda de cotas imobiliárias ou multipropriedade); a WPA Gestão Inovadora (gerenciamento da carteira de cliente das cotas comercializadas); o Club Cia (clube de viagens e vantagens para os clientes que compraram sua multipropriedade); o Grupo Natos (gestora de carteira dos clientes de Olímpia e Porto Seguro); a Companhia de Imóveis (imobiliária); e a Paineiras Mineração (18 poços de águas termais em Caldas Novas).
Inovação
Fundado em 1979, o Grupo Prive é um dos pioneiros da hotelaria no Centro-Oeste do País. Mas sua forte expansão ocorreu nos últimos dez anos ao inovar o modelo de comercialização de imóveis para turismo, ao implantar o sistema de vendas por cotas imobiliárias, depois batizado de multipropriedade. Em vez de vender o imóvel para apenas um comprador ou investidor, o apartamento é fracionado em 12 a até 25 cotas. Isto reduz o custo para o cliente e mantém as vendas e o valor dos imóveis em alta.
“A gente estava perdendo muitas vendas em Caldas Novas por conta das prestações altas, acima de R$ 3 mil. Então, conheci numa viagem aos Estados Unidos, o modelo de vendas da Disney e mudamos a forma de vender nossos produtos. Reduzimos as prestações para R$ 700 ou R$ 800 por mês. Muitos questionaram no início. Nosso negócio vendia aproximadamente R$ 30 milhões por ano quando decidimos mudar por completo. Eu sempre dizia que iria adicionar mais um zero neste faturamento. Conseguimos até um pouco mais do que isto e nos tornamos referência neste mercado. O nosso negócio é vender a segunda moradia”, diz Waldo Palmerston.
O primeiro empreendimento neste modelo de comercialização foi entregue em 2013: o Marina Flat & Náutica, em Caldas Novas. O grupo hoteleiro goiano é líder no mercado nacional de timeshare (venda antecipada de diárias de hotéis) e de multipropriedade (venda de apartamentos em cotas), com cerca de 57% de representação deste segmento no País.
Investimentos
O grupo goiano multiplicou seus investimentos em novos empreendimentos com o novo modelo de comercialização implantado a partir de 2007. Atualmente, tem 4,6 mil imóveis em construção no País: além de 1.360 unidades em Caldas Novas, investe com parceiros na construção de 2 mil apartamentos em Olímpia (SP), 450 em Águas de São Pedro (SP), 468 em Porto Seguro (BA) e 345 em Gramado (RS). Também tem empreendimentos em Florianópolis (SC) e Domingos Martins (ES).
São mais de 5 mil unidades em construção sob o guarda-chuva da WAM Brasil, com investimentos que superam a casa de R$ 1 bilhão, via caixa próprio e permuta de terrenos. O ritmo de lançamentos de novos projetos cresce a taxa de 14% ao ano. No médio a longo prazos, o grupo estuda abertura de capital (venda de ações na Bolsa de Valores).
“As pessoas acham que é muito fácil construir isto tudo, mas não é. É um negócio complexo e verticalizado. A única operação que nós não temos é a de engenharia, de construção, mas isto é fácil de resolver terceirizando para construtora parceira. É preciso ter uma base forte para garantir o crescimento. Nós nunca entramos sozinhos num grande investimento, ainda mais em mercados que não temos domínio, porque, com certeza, vamos apanhar e perder dinheiro”, afirma Waldo Palmerston.
TROCOU FAZENDAS POR UM RIO QUENTE
A história do grupo empresarial goiano teve início no final da década de 20, quando Ciro Palmerston Guimarães, médico renomado na região de Caldas Novas, decidiu vender suas fazendas para comprar o Ribeirão das Águas Quentes. Era o avô de Waldo Palmerston. “Ele foi muito criticado por fazer este negócio na época. Ninguém entendia o motivo de trocar propriedades boas, produtivas, para comprar uma grande área de terra que tinha apenas pedras e um rio de água quente”, brinca. Hoje, são 18 poços de águas termais em Caldas Novas, com duas estações de tratamento, a maior quantidade de propriedade de única empresa.
Em 1952, decreto do então presidente Getúlio Vargas dava autorização para Ciro Palmerston explorar a mineração nas terras que tinha adquirido. No início da década de 60, a família Palmerston decide construir a Pousada do Rio Quente (inicialmente chamado de Hotel Pousada) com 180 apartamentos, inaugurado em 1964. Em pouco tempo se tornou um dos maiores complexos hoteleiros de águas termais do Brasil, vendido para o grupo mineiro Algar, em 1979.
A família Palmerston já era proprietária de várias fazendas e loteamentos na região de Caldas Novas e, no mesmo ano em que vendeu a Pousada do Rio Quente, decidiu fundar o Grupo Prive com a construção do Estância Thermas Prive de Caldas, que deu início à sua rede hoteleira no município goiano, com mais de 4 mil unidades habitacionais e outras 1.300 em construção em seis empreendimentos: Prive Hotel, Prive Boulevard Suíte Hotel, Privé Riviera Park Hotel, Prive Marina Flat & Náutica, Prive Náutico Flat Service e Prive Atrium Thermas Residence e Service. Além disso, possui três parques aquáticos, áreas de eventos, agência de viagem própria, entre outros empreendimentos.