Um dado interessante divulgado pela Federação do Comércio de Goiás: o índice de confiança dos empresários do varejo goiano está acima da média dos últimos dois anos, o que aponta para retomada dos investimentos e contratação de funcionários, mas os consumidores continuam cautelosos em gastar, o que indica que a retomada do crescimento ainda será […]
Um dado interessante divulgado pela Federação do Comércio de Goiás: o índice de confiança dos empresários do varejo goiano está acima da média dos últimos dois anos, o que aponta para retomada dos investimentos e contratação de funcionários, mas os consumidores continuam cautelosos em gastar, o que indica que a retomada do crescimento ainda será gradual neste ano.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio está em alta desde fevereiro de 2017. Em dezembro fechou em 115,8 pontos. No caso de empresários com mais de 50 funcionários, a pontuação ainda é mais positiva e atingiu os 143,1 pontos no encerramento do ano passado. Calculado por pontos, o índice é considerado positivo a partir dos 100 pontos. Abaixo de 100, é considerado pessimista.
Já a Intenção de Consumo das Famílias mostra que a disposição de consumir praticamente não sofreu alteração entre 2016 e 2017 e se manteve ainda na faixa de pontuação tida como pessimista. Em dezembro de 2016 foi de 95,6 pontos e no mês passado fechou em 97,3 pontos. O pico no ano passado em Goiás foi em junho, com 99,6 pontos, devido ao Dia dos Namorados.
Os empresários goianos se mostram mais confiantes por conta das expectativas positivas para a economia brasileira, como redução dos juros e da inflação, além da maior estabilidade política desde meados do ano passado. Mas, apesar da tendência seja otimista, ainda não foi suficiente para recuperar perdas.
Presidente da Fecomércio, José Evaristo dos Santos diz que 2017 foi de recuperação. As vendas do comércio goiano em dezembro, inclusive, foram 4,6% maiores que as do mesmo mês de 2016. Mas, no acumulado do ano passado, o setor fechou com queda de 7,5%. Só que em 2016 a retração nas vendas foi maior ainda, de 9,3%.
“Os empresários estão mais confiantes, 18% dos empregados temporários para as vendas de fim de ano foram contratados em definitivo, mas é necessário que as reformas política e tributária sejam feitas com urgência”, enfatiza José Evaristo.
Endividamento
O maior problema para o aumento do consumo é o elevado endividamento dos consumidores goianos que, apesar disto, é considerado até baixo em relação a média nacional. O percentual de famílias endividadas no mês passado foi de 38,4% em Goiânia. Comparado com o final de 2016 houve aumento de 42%, já o que o índice de endividamento era de 27% em dezembro de 2016. A média dos endividados nas capitais brasileiras é de 62%.
O percentual de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as contas no próximo mês chegou aos 50,8%. Também é alto o número de famílias com contas em atraso há mais de 90 dias: 59,2%. Quem respondeu que está endividado, afirmou que o maior débito é com o cartão de crédito, que representa 70% dos casos. A pesquisa foi realizada com 500 famílias de Goiânia.
A maioria dos entrevistados (38% dos casos) respondeu que suas famílias estão comprando a mesma quantidade do ano passado ou que ‘está comprando menos’ (31%). Apenas 29,9% disseram que estão comprando mais. Para os próximos meses, 61,3% disseram que vão consumir igual quantidade ou mais que no segundo semestre do ano passado. Por isso, a expectativa é de recuperação nas vendas. Mas, convém frisar, de forma gradual.