Localização estratégica, boas estradas, mão-de-obra qualificada e incentivos fiscais fazem de Goiás boa opção para as empresas que precisam expandir ou chegar a novos mercados. “Os grandes mercados brasileiros estão superados”, diz o diretor-executivo da consultoria empresarial Fox Partners, Marcelo Camorim, com quase 30 anos de experiência profissional. É onde que Goiás se destaca na […]
Localização estratégica, boas estradas, mão-de-obra qualificada e incentivos fiscais fazem de Goiás boa opção para as empresas que precisam expandir ou chegar a novos mercados. “Os grandes mercados brasileiros estão superados”, diz o diretor-executivo da consultoria empresarial Fox Partners, Marcelo Camorim, com quase 30 anos de experiência profissional. É onde que Goiás se destaca na atração de empresas de outros Estados e países, como Caracal, Gerresheimer, Orico Gold, Anglo, Heinz, Hyundai, Suzuki e Mitsubishi.
A localização geográfica de Goiás é um pontos positivos, mas isoladamente não é relevante, frisa Camorim. O diferencial é um conjunto de fatores que incluem estradas em boas condições e incentivos fiscais, entre outros. A forte presença do agronegócio na economia local, o desenvolvimento cultural que está em curso devido ao aumento do número de faculdades, empresas multinacionais e grandes empresas contribuem para a qualificação da mão-de-obra e ajudam a compor o cenário positivo para o Estado, na avaliação do especialista.
No mês passado, o governador Marconi Perillo assinou protocolo de intenções do governo com mais de 20 indústrias interessadas em investir em Goiás, seja na expansão de suas atividades ou na construção de novas fábricas. A estimativa dos investimentos, somados, é da ordem de R$ 799,5 milhões, com a gerarão de 9 mil empregos diretos e indiretos.
Marcelo Camorim observa que Goiás sempre foi muito inovador em relação às políticas de incentivos fiscais quando comparado aos demais Estados. “Em meados da década de 1980 foi criado o Fomentar, nos anos 2000 o Produzir, além diversos outros subprogramas focados em cadeias produtivas específicas, ou direcionados às pequenas empresas”, comenta. Apesar de todo o crescimento econômico no Estado como um todo, a Grande Goiânia é o principal polo de atratividade, como já mostrado pelo EMPREENDER EM GOIÁS (leia aqui).
Parte desse fenômeno é explicado o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundação João Pinheiro e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Estudo mostra Goiânia na 45ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM). Camorim diz que Catalão (274º no ranking) conseguiu se firmar graças às montadoras de veículos. “A grande dificuldade fora da Grande Goiânia é conseguir mão-de-obra qualificada”, frisa.
Desafios
O desafio para a capital goiana é continuar a crescer de maneira sustentável. “É difícil, o crescimento requer mudança de hábitos ao passar de uma cidade interiorana para uma metrópole. Grandes centros mudaram como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Tóquio, Bogotá e outros. O desenvolvimento traz benefícios mas também malefícios, como insegurança a necessidade urgente de se melhorar a infraestrutura urbana, e o choque entre culturas diferentes. No entanto, também há ganhos como maior arrecadação tributária para investimentos, mão-de-obra qualificada, acesso cultural, shoppings, restaurantes, cinemas, bares, rede hoteleira, e muitos outros”, conclui o diretor da Fox Partners.
Uma das empresas que vieram para Goiás é a Brasal Incorporações. Com 53 anos de história, é uma das maiores organizações empresariais da região Centro-Oeste do Brasil, com atuação nos segmentos de produção e distribuição de bebidas, incorporação e construção imobiliária, concessionária de veículos e comercialização de combustíveis. Só em Goiás o grupo Brasal emprega 115 colaboradores próprios só na sua sede administrativa e obras, fora terceirizados, e na fábrica de Água Crystal, em Luziânia, mais 27 funcionários.
Em Goiânia, a marca apostou no segmento de incorporações a partir de 2011, quando começou a se organizar para a chegada à cidade. A escolha se deu em razão de o mercado imobiliário goiano apresentar desempenho acima da média nacional. “Goiás vem, ao longo da última década, se firmando em áreas importantes como a médica, prestação de serviços e de educação. A expansão econômica reflete diretamente no setor imobiliário, cujo desempenho vem sendo resiliente e com boas perspectivas”, diz o diretor de incorporações da Brasal, Dilton Junqueira.
A Brasal investiu R$ 47 milhões na instalação da indústria de extração, captação e envase de água mineral em Luziânia. A empresa também está presente em Catalão, Simolândia e Formosa, onde possui centros de distribuição de produtos Coca-Cola Heineken. Junqueira afirma que a simplicidade e a forma de receber do goianiense é o que mais chama a atenção de quem chega à cidade. O déficit habitacional de Goiás, o maior entre os Estados do Centro-Oeste, atraiu uma das maiores construtoras do País, a MRV Engenharia, que abriu filial em Goiânia há 12 anos e prevê para este ano lançar seis empreendimentos no Estado, com a geração de 400 empregos.