O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está em negociação há quase duas décadas, deverá sair ainda este ano e vai beneficiar, sobremaneira, as pequenas e médias empresas brasileiras que queiram exportar seus produtos ou importar máquinas e equipamentos, além de tecnologias, dos países europeus. A informação é do Chefe da […]
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está em negociação há quase duas décadas, deverá sair ainda este ano e vai beneficiar, sobremaneira, as pequenas e médias empresas brasileiras que queiram exportar seus produtos ou importar máquinas e equipamentos, além de tecnologias, dos países europeus. A informação é do Chefe da Delegação Comercial da União Europeia, Nicola Ardito, que participou nesta terça-feira (26), em Goiânia, do seminário sobre Perspectivas Econômicas e Oportunidades de Negócios entre Goiás e a UE, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).
O evento reuniu empresários goianos e representantes comerciais de 10 embaixadas de países europeus que se mostram interessadas nas potencialidades do Estado. Participaram do seminário conselheiros econômicos da Dinamarca, Áustria, Alemanha, Itália, Eslovênia, Chipre, Bélgica, Espanha, Portugal e Países Baixos.
Ao EMPREENDER EM GOIÁS, Nicola Ardito disse que, no acordo comercial entre os dois blocos, há uma cláusula que protege os negócios entre as pequenas e médias empresas. Segundo ele, os empresários europeus têm interesse em transferir às empresas goianas tecnologia e aplicar recursos no desenvolvimento de pesquisas e projetos. E, por outro lado, querem ampliar o comércio com o Brasil comprando, além de minérios, grãos (soja e milho) e carnes, que são os principais produtos, outras mercadorias como comidas regionais, peças do vestuário, móveis, cosméticos e outros artigos.
“Temos um mercado enorme, que voltou a crescer depois de alguns anos de sufoco por causa da crise econômica mundial, e precisamos de tudo na União Europeia. Portanto, a hora é agora para ocupar o espaço neste mercado”, anunciou o adido comercial. Há três anos, lembrou, quando foi convidado a liderar uma delegação de adidos comerciais da Europa para visitar Goiás ficou pensativo se valeria a pena. “Hojeç penso que errei. Deveríamos ter vindo antes. O Estado tem grande potencial para fazer negócios com os empresários europeus e queremos ampliar este canal de relacionamentos comerciais”, afirma Nicola Ardito.
Ao destacar que a União Europeia ainda é o maior parceiro comercial do Brasil, observou que ainda há espaço para crescer mais. Nicola Ardito acredita que muitas empresas goianas deixam de vender seus produtos para outros países por falta de informações e talvez até por timidez. Mas ele ressalta que a abertura comercial é muito salutar para as empresas e países, pois isto, além de aumentar a produção e produtividade industrial, abre oportunidades de empregos e geração de renda.
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Representando o governador José Eliton, o secretário de Governo João Furtado ressaltou a importância do evento e comentou que Goiás tem conseguido dar continuidade a um padrão de relacionamento internacional que começou ainda na gestão do então governador Marconi Perillo.
O secretário de Desenvolvimento Econômico (SED), Leandro Ribeiro, afirmou que o Governo José Eliton segue o planejamento traçado por seu antecessor Marconi Perillo, investe na formação profissional de jovens, como os Institutos Tecnológicos de Goiás (Itegos) e apoia os empresários, liderando missões comerciais a outros países, em busca de novos mercados para os produtos goianos. Citou que a balança comercial goiana saltou dos US$ 300 milhões de exportações para mais de US$ 7 bilhões e que os produtos goianos chegam a mais de 150 países, graças a diversificação e da qualidade dos produtos.
O valor corrente das compras e vendas de Goiás com os países europeus chegou a US$ 943 milhões, no ano passado. Foram exportados o equivalente a US$ 581,85 milhões e importadas mercadorias avaliadas em US$ 361,06 milhões, gerando saldo positivo de US$ 229,79 milhões.
Os principais produtos exportados por Goiás foram soja e seus derivados, ouro, ferroníquel e ferronióbio, carnes bovina e de aves, couros e milho. As importações foram de insumos para medicamentos, automóveis, cloreto de potássio, fungicidas e outros medicamentos.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Pedro Alves de Oliveira, disse que evento como o seminário sobre perspectivas econômicas e oportunidades de negócios permite que empresas goianas tenham acesso a um mercado de 500 milhões de consumidores. Mas antes, lembrou, que é preciso que façamos um estudo sobre hábitos de consumo dos europeus para direcionar ofertas de produtos de qualidade ao bloco, que é muito exigente.