sábado, 27 de abril de 2024
Presidente eleito terá de fazer reformas urgentes

Presidente eleito terá de fazer reformas urgentes

O pleito marcado para o dia 7 de outubro é o mais importante da história do ponto de vista econômico, na avaliação da economista chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Ela esteve em Goiânia nesta quinta-feira, 23, em evento organizado pelo Sistema Faeg e pelo Sebrae Goiás sobre as perspectivas políticas e econômicas para o […]

23 de agosto de 2018

Zeina Latiff: “O ano da verdade é o ano que vem: se o país vai ter maturidade ou não para aprovar reformas; se vamos ter uma sociedade, um setor produtivo que apoia essas reformas.”

O pleito marcado para o dia 7 de outubro é o mais importante da história do ponto de vista econômico, na avaliação da economista chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Ela esteve em Goiânia nesta quinta-feira, 23, em evento organizado pelo Sistema Faeg e pelo Sebrae Goiás sobre as perspectivas políticas e econômicas para o Brasil. Já o cientista político Murilo Aragão, debatedor do Painel, da Globo News que também palestrou, prevê um cenário sem calmarias – independente do espectro ideológico que sair vitorioso da corrida eleitoral.

Ao público formado por produtores rurais e dirigentes de entidade do setor produtivo, Zeina decretou que o próximo Presidente da República terá que comandar – já no primeiro ano – “reformas urgentes” para o Brasil. “Se o próximo presidente perder a oportunidade de fazer [as reformas] logo no primeiro ano, que é essencial, a gente pode ter nossa moeda apanhando muito mesmo em relação ao cenário internacional. Calmaria lá fora e aqui dentro a gente apanhar a ponto de deixar 2018 na saudade. Não é brincadeira o que está em jogo”, alertou.

Caso um presidente com perfil reformista seja eleito, Zeina prevê a repetição de um quadro mais favorável à moeda brasileira como ocorreu entre 2016 e meados 2017. À época, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi visto com uma oportunidade para reorientar a política econômica do Brasil, considerada desastrosa em seu governo.

Entre as reformas que considera urgente, a economista Zeina Latif ressalta a da previdência tendo em vista o impacto crescente do envelhecimento veloz da população brasileira. “Em 2030, vamos ter o dobro de idosos de 2015. No caso da União, que já tem o orçamento comprometido, não fazer a reforma é não ter dinheiro para mais nada”, apontou.

Além disso, havia muito expectativa em torno da agenda de reformas defendida pelo presidente Michel Temer (MDB), em especial a da Previdência. “O ano da verdade é o ano que vem: se o país vai ter maturidade ou não para aprovar reformas; se vamos ter uma sociedade, um setor produtivo que apoia essas reformas. Não dá para cobrar a classe política mais do que ela pode entregar”, afirmou, em tom de incentivo aos produtores presentes no evento.

Murilo Aragão: “O certo é que o Brasil pós-eleição vai demandar entendimento. Entendimento em bases firmes em relação a reformas fiscais. É uma realidade inescapável.”

Especuladores

Já o cientista político Murilo Aragão prevê um cenário pós-eleição sem calmaria, independente do resultado do pleito. “O certo é que o Brasil pós-eleição vai demandar entendimento. Entendimento em bases firmes em relação a reformas fiscais. É uma realidade inescapável. Não vejo um momento de tranquilidade total depois das eleições porque mesmo que ganhe alguém mais alinhado ao centro político ou que tem maioria no Congresso, haverá ainda um período de negociação muito importante”, descreve.

Ele compara a corrida ao Palácio do Planalto à primeira eleição do ex-presidente Lula (PT), em 2002: politicamente desorganizada, em que não há polarização. “A tensão aumenta, há um desarranjo nas forças políticas. Os investidores, os empreendedores devem ficar muito atentos a esse tipo de processo”, avalia.

Para os investidores a longo prazo, Aragão prega “muita cautela”, mas analisa que o mar – mesmo revolto – está para o peixe dos especuladores. “Para quem gosta de especulação, é um momento ótimo porque o dólar vai subir, vai descer. A bolsa vai subir e descer. E dependendo do cenário que se configurar o dólar naufraga e a bolsa sobe. Existem muitas oportunidades para quem tem sangue frio na hora do investimento”, prevê.

Agenda

O cientista político defende que a agenda de políticas encampada pelo governo Temer continue em uma próxima gestão. “Ela recuperou a economia na pior recessão da nossa história, recuperamos um pouco a dinâmica do emprego, ainda que o desemprego seja muito alto, abrimos investimentos na área de petróleo, que estava paralisada, tanto que o Rio de Janeiro quebrou por conta disso. O setor elétrico está em recuperação e a legislação trabalhista ficou mais flexível. Tudo isso tem que continuar”, argumentou.

Zeina prevê que a situação de endividamento dos Estados, como ocorre no Rio de Janeiro, pode se repetir em âmbito federal. “Estamos atrasados há 20 anos. Precisamos acelerar essa agenda, que não é uma agenda tímida. Ela traz consequências para o ambiente macroeconômico”, frisa.

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