terça-feira, 10 de dezembro de 2024
“Sim! É possível aprender a empreender”

“Sim! É possível aprender a empreender”

Há um ano e meio, quando assumiu a gestão da Villa Office, coworking e escritório virtual de Goiânia, a empresária Raphaela Castro, 37 anos, não imaginava que sua jornada como empreendedora poderia ser aperfeiçoada em sala de aula. Com formação em Educação Física, ela já atuava desde 2014 na empresa, após uma pausa na carreira […]

26 de agosto de 2018

Aluna do MBA em Inovação e Empreendedorismo do Ipog, Raphaela Castro aplicou a teoria à realidade de seu negócio, o que rendeu avanços em áreas como gestão de processos

Há um ano e meio, quando assumiu a gestão da Villa Office, coworking e escritório virtual de Goiânia, a empresária Raphaela Castro, 37 anos, não imaginava que sua jornada como empreendedora poderia ser aperfeiçoada em sala de aula. Com formação em Educação Física, ela já atuava desde 2014 na empresa, após uma pausa na carreira como educadora para se dedicar à maternidade.

Depois do nascimento do filho, Raphaela viu crescer o desejo de conseguir flexibilidade para acompanhar a rotina da criança. “Resolvi voltar ao mercado de trabalho e queria montar algo, mas não tinha experiência. Então, mudei meu mercado de trabalho e fui para a parte administrativa para entender sobre negócios”, explica.

A mudança de posto, de funcionária à gestora, levou Raphaela de volta à sala de aula para cursar o MBA em Inovação, Empreendedorismo & Estratégia Competitiva, do Instituto de Pós-Graduação (Ipog), o único em Goiás voltado para a temática.

Ao final de cada módulo, a Raphaela diz que tentava aplicar a teoria à realidade de seu negócio, o que rendeu avanços em áreas como gestão de processos. “Os módulos de marketing, inovação e startups, na verdade, me fizeram ter uma visão ampla do que eu precisava para a empresa. Meu negócio já é um ramo de atividade muito inovador no mercado (escritório colaborativo) e para programar os próximos passos da empresa (os módulos) foram muito importantes”, comenta.

“É possível, sim, aprender a empreender. Essa é uma busca constante no mundo inteiro”, afirma o coordenador do MBA em Inovação, Empreendedorismo & Estratégia Competitiva do Ipog, Joe Weider. O curso tem duas versões. Uma com 20 módulos (2 anos) e outra com 12 módulos (1 ano), voltada para empreendedores que já estão em operação, que mescla aulas online e presenciais. “As grandes universidades do mundo estão lançando mestrados em empreendedorismo, cursos de formação, isso já era uma preocupação de organismos como a ONU porque gera desenvolvimento. Quanto mais nós tivermos empreendedores de sucesso, mais desenvolvimento, mais renda e empregos teremos”, compara.

Além do MBA, outra opção para o empreendedor que deseja ampliar sua formação são os cursos online e oficinas presenciais ofertadas pelo Sebrae. Já a plataforma Escola de Você, capitaneada pela jornalista Ana Paula Padrão, aposta no empoderamento feminino e ministra cursos online sobre empreendedorismo e autoconhecimento. A Universidade Federal de Goiás (UFG) também oferece periodicamente workshops por meio do Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI), que divulga seu calendário por meio do site: cei.ufg.br.

Dimensões

Joe Weider explica que o empreendedorismo pode ser compreendido em três dimensões: atitudinal, comportamental e técnica. Essa equação envolve elementos que vão desde a disposição para assumir riscos passando por comportamentos específicos que levam ao sucesso. “Todos nós temos características que pessoas de muito sucesso possuem. A diferença é que as temos pouco desenvolvidas ou mais desequilibradas”, compara, frisando que é possível ensinar a aperfeiçoar esses comportamentos.

Além disso, segundo ele, o empreendedor necessita aprender técnicas que envolvem planejamento, gestão financeira, gerenciamento de equipes e negociação para vencer uma estatística cruel. Citando pesquisa da revista Exame, o especialista lembra que no Brasil seis em cada dez empresas fecham as portas antes dos cinco anos de fundação. “Precisamos aprender a empreender melhor”, decreta.

Ao longo do desenvolvimento do negócio, o empreendedor se vê diante de um desafio: ou aprende, ou passa a contratar profissionais para dar conta de tarefas mais complexas. O problema é que nem sempre quem está começando consegue chegar nesse estágio. “Por não ter um mínimo de técnica, ele não chega ao nível de faturamento em que poderia contratar os especialistas”, explica, frisando a importância da formação para quem deseja desenvolver o próprio negócio.

Joe Weider , coordenador do MBA em Inovação e Empreendedorismo do Ipog: “ Quanto mais nós tivermos empreendedores de sucesso, teremos mais desenvolvimento, mais renda e empregos”

Intraempreendedor

Se por um lado empreender pede uma capacitação constante, quem passa longe do sonho de abrir o próprio negócio também pode se beneficiar das técnicas e atitudes empreendedoras. É que o mercado de trabalho exige cada vez mais de seus colaboradores o comportamento intraempreendedor. “Esse é o perfil que as empresas estão buscando hoje para contratar. Quero contratar um profissional para o Marketing, mas quero alguém que vai buscar oportunidade para minha empresa, que está buscando o jeito novo de fazer as coisas”, exemplifica Joe Weider.

Thiago Lustosa, administrador: “O curso me deu a visão de ser mais analítico antes de tomar uma decisão, o que vale para quase todos os aspectos da minha vida”

Inovação

Egresso do MBA Inovação, Empreendedorismo & Estratégia Competitiva, o administrador Thiago Lustosa, 27, já está tirando do papel uma startup voltada para o segmento educacional, elaborada durante o curso. “Ela está 70% pronta, estou construindo o que a gente chama o produto mínimo viável”, conta.

Na análise dele, a formação ajudou na tomada de decisões mais assertivas em sua carreira, que mescla empreendedorismo (ele tem uma consultoria também na área de educação) e intraempreendedorismo no trabalho como gestor educacional em uma instituição de ensino de Anápolis. “O curso me deu a visão de ser mais analítico antes de tomar uma decisão, o que vale para quase todos os aspectos da minha vida”, comenta.

Competitividade

Joe Weider ressalta ainda que hoje, diante de um mercado competitivo para colaboradores e empreendedores, a inovação é uma necessidade básica. “O funcionário vai buscar novos jeitos de fazer o papel dele dentro da empresa e trazer mais valor. A empresa não quer mais cumpridor de tarefas. Já o empreendedor, se não encontrar maneiras mais rápidas e baratas de fazer as coisas, vai virar commodity”, compara, enfatizando que a inovação deve ser um processo diário na empresa e que pode ser desenvolvido por meio de técnicas específicas, como o design thinking.

Para o especialista, os conhecimentos sobre inovação e intraempreendedorismo podem impactar o mercado no atual contexto de recuperação de crise econômica. “O caminho de aprender a ser um intraempreendedor e como inovar vai permitir que o profissional entre com um perfil diferenciado no mercado de trabalho e traga opções para empresa. Já o empreendedor vai entender nesse contexto de recuperação de crise como tomar decisões no dia a dia mais adequadas para evitar mais riscos, se destacar inovando, atraindo mais clientes e conseguindo crescer”, relaciona.

O portal EMPREENDER EM GOIÁS tem como principal objetivo incentivar, apoiar e divulgar os empreendedores goianos com conteúdos, análises, pesquisas, serviços e oportunidades de negócios.

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