Relatório de Economia Bancária do Banco Central, divulgado em julho deste ano, mostra que as cooperativas financeiras proporcionaram economia de R$ 20 bilhões aos cooperados em 2017. Somente o Sicoob Engecred-GO, segunda maior na Região Metropolitana de Goiânia em ativos totais e operações de crédito, foram R$ 11 milhões de ganhos – média de R$ […]
Relatório de Economia Bancária do Banco Central, divulgado em julho deste ano, mostra que as cooperativas financeiras proporcionaram economia de R$ 20 bilhões aos cooperados em 2017. Somente o Sicoob Engecred-GO, segunda maior na Região Metropolitana de Goiânia em ativos totais e operações de crédito, foram R$ 11 milhões de ganhos – média de R$ 3.670 por associado. Essa economia, segundo o BC, vem das taxas de serviços, produtos e juros reduzidos, em comparação aos bancos tradicionais.
“Ou seja, os cooperados deixaram de gastar dinheiro com taxas e puderam reinvestir o dinheiro no seu próprio negócio, no consumo ou na poupança. Somente no capital de giro, as taxas das cooperativas são 50% menores do que nos bancos”, exemplifica o diretor do Bancoob, Ênio Meinen, durante palestra nesta quinta-feira (27), em Goiânia, a convite do Sicoob Engecred-GO, no Painel Cooperativismo Financeiro.
Mudanças
O próprio BC, no mesmo relatório, reconheceu que o protagonismo das cooperativas pode gerar mudanças no comportamento dos bancos: “O segmento de cooperativas de crédito constituiu fonte suplementar de oferta de crédito em sua área de atuação, com potencial de melhorar as condições de competição bancária”.
Ênio Meinen explica que a concentração favorece os bancos na cobrança de taxas de serviços, produtos e juros – cinco instituições financeiras concentram 82% do crédito no país. “É por isso que os bancos mantém relação hostil com os clientes”, afirma. No entanto, o executivo vê sinais de mudanças num futuro próximo. “Há mais de uma década, as cooperativas crescem anualmente a taxas de dois dígitos no Brasil.. Vamos acabar mudando essa realidade bancária.”
A participação das cooperativas no Brasil, no segmento de pessoa jurídica, passou de menos de 1%, em 2005, para mais de 8%, em 2017. Esse aumento foi especialmente grande na região Sul, onde saltou de 2,1%, em 2005, para 16,7%, em 2017, e na região Centro-Oeste, onde saiu de 1,2% para 10,4% no mesmo período. O crédito mais barato e com menos burocracia foi o maior impulsionador desse crescimento.
No Sicoob Engecred-GO, o volume de crédito aumentou 15% este ano, comparando com 2017 – saltou de R$ 290,1 milhões em dezembro para R$ 333,8 milhões, em agosto. “Isso tudo num momento em que a economia dá fracos sinais de recuperação e é muito afetada pelas turbulências políticas e pela recente greve dos caminhoneiros”, destaca o diretor-geral da instituição financeira cooperativa, Fabrício Modesto Cesar.
Case de sucesso
Além de Ênio Meinen, participou do Painel Cooperativismo Financeiro a vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin, Janete Vaz. Nascida no município de Ouro Verde, interior de Goiás, a empreendedora contou sua trajetória de vida até chegar a Brasília, onde deu início ao Sabin. Ela disse que, ao longo da vida, seu maior patrimônio conquistado foi a reputação. “É preciso consolidar a reputação especialmente com sua rede de relacionamento. Só assim você terá relações duradouras com os parceiros.”
Janete Vaz também falou que uma de suas missões no negócio é fazer com que todo colaborador tenha o olho de dono. “Todos precisam da mesma visão. Entender que o negócio é de todos. O líder precisa inspirar pessoas a cuidar de pessoas. Assim é o nosso negócio. É senso de dono e foco no cliente.”