sábado, 14 de dezembro de 2024
Com ajuste fiscal, Brasil pode crescer até 3% em 2019, diz CNI

Com ajuste fiscal, Brasil pode crescer até 3% em 2019, diz CNI

A Confederação Nacional da Indústria defendeu a manutenção do teto de gastos, as reformas e o ajuste nas contas públicas pelo próximo governo. Em boletim divulgado nesta quinta-feira, 11, a entidade afirma que o país pode crescer até 3% em 2019, mas que, para isso, é necessário que o novo presidente faça as reformas necessárias […]

12 de outubro de 2018

Contas públicas: “É inexorável um ajuste que reponha a trajetória das contas públicas na linha da responsabilidade fiscal”

A Confederação Nacional da Indústria defendeu a manutenção do teto de gastos, as reformas e o ajuste nas contas públicas pelo próximo governo. Em boletim divulgado nesta quinta-feira, 11, a entidade afirma que o país pode crescer até 3% em 2019, mas que, para isso, é necessário que o novo presidente faça as reformas necessárias para um ajuste fiscal de longo prazo que elimine o déficit fiscal e reverta a trajetória de crescimento da dívida pública.

“O novo ambiente de crescimento permitirá ações mais ousadas na agenda da competitividade – como uma reforma na tributação sobre o consumo e da renda das pessoas jurídicas – que potencializarão o ritmo do novo ciclo de crescimento”, afirma a CNI.

Para a entidade, o ajuste fiscal é o principal desafio do novo governo. “É inexorável um ajuste que reponha a trajetória das contas públicas na linha da responsabilidade fiscal. Em 2018, completaremos o quinto ano seguido de déficits primários expressivos. Esse quadro precisa ser revertido”, adverte.

A CNI ressaltou a importância de manter o teto de gastos e disse que, para isso, são necessárias reformas que já estão em tramitação no Congresso Nacional, como da Previdência e projetos que tratam da remuneração dos servidores públicos. “Ambos são cruciais para reduzir o ritmo de expansão das despesas primárias”, destaca.

Para baixo

Em meio às dúvidas trazidas pelo processo eleitoral, a CNI ficou mais pessimista com a economia brasileira e piorou praticamente todas as suas projeções para 2018. Segundo o Informe Conjuntural, a perspectiva do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano passou de um crescimento de 1,6% no documento apresentado em julho para um aumento de 1,3%. A expectativa para o crescimento do PIB industrial caiu de 1,8% para 1,3%. Para o consumo das famílias, a previsão piorou levemente, passando de alta de 2,0% para 1,9%.

O investimento medido pela formação bruta de capital fixo (FBCF) deve subir apenas 2,2%, ante previsão anterior de 3,5%. “O Estado não tem condições fiscais de gerar os estímulos necessários à reativação da economia. Apenas com o retorno do investimento privado poderemos retomar a criação de emprego, com a geração de renda e a demanda de consumo necessárias para viabilizar um novo ciclo de crescimento sustentado”, completa o texto.

A entidade acredita que a taxa de desemprego deve ficar em 12,2%, um pouco melhor do que a expectativa anterior de 12,4%.

Inflação

A CNI também espera uma inflação um pouco maior, com a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o fim de 2018 passando de 4,2% para 4,4%. Apesar da espera de uma piora do custo de vida neste ano, a entidade acredita que o Banco Central vai manter os juros básicos até o fim do ano no atual patamar de 6,5%. A Selic média esperada pela entidade em 2016 se manteve em 6,50%.

Em relação às contas públicas, porém, a expectativa da entidade é de uma melhora no déficit primário de 2018, cuja previsão passou de 2% do PIB para 1,65% do PIB. A expectativa para o déficit nominal, porém, teve leve piora, indo de 7,5% do PIB para 7,6% do PIB. Também cresceu a projeção para a dívida bruta do setor público, de 76,3% para 77,1%.

A CNI espera ainda que o dólar esteja em R$ 3,80 em dezembro, mesma previsão do trimestre anterior. Para o câmbio médio do ano a previsão passou de R$ 3,63 para R$ 3,70.

No caso da balança comercial, a entidade reduziu em US$ 14 bilhões a estimativa para o saldo em 2018, de US$ 62,0 bilhões para US$ 48,0 bilhões. O valor será resultado de US$ 228 bilhões em exportações e de US$ 150 bilhões em importações. Por fim, o relatório manteve sua perspectiva para a conta corrente, um déficit de US$ 20,0 bilhões.

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