O corte de recursos repassados ao Sistema S, como o Sesi e Senai da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, poderá impactar no fechamento de seis ou sete das 28 unidades das instituições no Estado, com a eliminação de 76 mil matrículas/ano e a demissão de até 800 funcionários. O alerta é do presidente […]
O corte de recursos repassados ao Sistema S, como o Sesi e Senai da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, poderá impactar no fechamento de seis ou sete das 28 unidades das instituições no Estado, com a eliminação de 76 mil matrículas/ano e a demissão de até 800 funcionários. O alerta é do presidente do Sistema Fieg, Sandro Mabel.
Ao abrir o ano letivo do ensino médio das escolas do Sesi, na segunda-feira (21/01), Sandro Mabel, mais uma vez, manifestou-se preocupado com o anúncio do ministro da Economia, Paulo Guedes, de cortar 30% das receitas do Sistema S. “Isso será um desastre para a educação e para a formação de mão de obra para a indústria em todo o Brasil, com consequências graves para as empresas, trabalhadores e a sociedade como um todo”, alerta.
Segundo ele, a redução das receitas implicaria ainda em o Sesi não ter como aceitar mais de 40 mil participantes de ações educativas, não prestar atendimento e procedimentos médico, ocupacional e odontológico, vacinação e exames complementares a mais de 100 mil pessoas, além de o Senai reduzir drasticamente a formação e qualificação profissional necessária à indústria goiana.
O presidente da Fieg entende que o Governo precisa fazer cortes de despesas, mas sugeriu que isso ocorra em outras áreas e não a relacionada à educação e capacitação de mão de obra. “O Sistema Fieg aplica, corretamente, todos os recursos recebidos, provenientes de seus associados, e que as gavetas estão abertas para qualquer auditoria do Governo Federal”, frisou.
Ano letivo
Embora preocupadas com o anúncio do corte das receitas do Sistema S em todo o País, as escolas Sesi, do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), iniciaram nesta segunda-feira (21/01) o ano letivo apostando na expansão do novo ensino médio. Agora, as aulas vão conciliar disciplinas dentro do currículo tradicional e outras dentro da área do conhecimento específico, totalmente contextualizado à realidade dos estudantes e integrado à formação técnica e profissional.
A expectativa do presidente da Fieg, Sandro Mabel, que ministrou a aula inaugural do ano letivo, é que os estudantes saiam preparados do ensino médio para atuar em profissões do futuro. Diferentemente da educação tradicional, no novo ensino médio do Sistema Fieg, que teve uma turma piloto no ano passado com 38 anos na Unidade Sesi/Senai Aparecida de Goiânia, os alunos são avaliados por habilidades que desenvolvem durante as aulas.
São considerados aspectos como produção de inovação pelos alunos, participação com perguntas, criatividade, demonstração de autoconfiança ao responder, respeito aos professores e demais colaboradores da escola. Cinco unidades do Sistema vão adotar a nova metodologia este ano, mas a pretensão da Fieg é estender a modalidade a todas as escolas do Sistema.
Este ano, 320 alunos das escolas Sesi, de um total de 2.800, já vão estudar dentro da nova modalidade do ensino médio. A melhoria e ampliação do ensino pelo Sesi e da formação de profissionais pelo Senai para as indústrias são prioridades da nova diretoria da Fieg.
No ano passado, o Sistema registrou 42.053 matrículas em educação. Nas áreas de saúde e segurança do trabalho, os diversos serviços prestados beneficiaram 126.793 pessoas, o quinto maior número da instituição no País. Em todo o Estado, onde chegou a 105 municípios, o Sesi atendeu 8.965 empresas. Já o Senai levou seus serviços a 2.600 empresas em 111 cidades.
O Senai, que nesta terça-feira (22/01) completa 77 anos de sua criação no Brasil e chegou a Goiás dez anos depois, registra números altamente positivos. Em 2018, a instituição mantida pelas indústrias totalizou 173.052 matrículas desde a aprendizagem industrial até a pós-graduação, superando em 40% a meta estipulada para o ano. Em todo o Brasil, o Sistema S já profissionalizou mais de 73 milhões de trabalhadores.
O presidente da Fieg prevê que a produção industrial goiana vai crescer 3% este ano e anunciou que vai estimular e lutar pela industrialização de nossas matérias primas como minérios e grãos como forma de agregar valor à produção e a geração de mais empregos e renda à toda a população goiana. “Isso vai demandar, ainda mais, mão de obra capacitada”, opina.
Exemplo
Durante a aula inaugural do ano letivo, na manhã desta segunda-feira 21/01), o presidente do Sistema Fieg, Sandro Mabel, conversou com os alunos que estudarão dentro da nova modalidade de ensino médio do Sesi, no auditório da unidade da instituição na Vila Canãa, em Goiânia.
Ele falou de sua bem-sucedida carreira de empresário contando que cresceu num chão de uma fábrica, no interior de São Paulo, onde seus pais tinham uma panificadora. “Trabalhei em todos os setores da empresa, até descarregamento de caminhões. Me capacitei através dos cursos do Sesi e Senai e aos 23 anos de idade me tornei presidente da empresa que meus pais criaram”, contou.
Mabel atribui o sucesso de sua carreira aos muitos cursos profissionalizantes que ele fez nas unidades do Sesi e do Senai, e aos ensinamentos de seus pais. Por isso, ele garantiu aos alunos do Sistema Fieg que, além do ensino dentro das salas de aulas, eles também passarão a visitar muitas indústrias goianas para verem o seu funcionamento e assim eles poderem decidir, com firmeza, o rumo de suas carreiras profissionais.