Desde a edição do Decreto 9.685, de janeiro deste ano, o mercado de armas no Brasil ganhou novo fôlego no Brasil. As lojas do ramo viram as vendas aumentarem até 10% e um grande número de pessoas procurando informação. Também cresceu a procura por aulas práticas de tiro. Em Goiânia, no entanto, este incremento significativo […]
Desde a edição do Decreto 9.685, de janeiro deste ano, o mercado de armas no Brasil ganhou novo fôlego no Brasil. As lojas do ramo viram as vendas aumentarem até 10% e um grande número de pessoas procurando informação. Também cresceu a procura por aulas práticas de tiro. Em Goiânia, no entanto, este incremento significativo nas vendas ainda não aconteceu, embora a procura tenha aumentado muito. A maior expectativa dos lojistas deste segmento ouvidos pelo EMPREENDER EM GOIÁS é quanto à possível aprovação pelo Congresso Nacional da lei que flexibiliza o porte de arma.
Tanto o número de pedidos de registro, quanto o de porte de arma, vem crescendo no Brasil. Em 2017, o Exército concedeu 57.886 registros e a Polícia Federal, 44.377. A Polícia Federal concede o registro para civis que não atuam na área de segurança pública, enquanto o Exército processa o registro para caçadores, na categoria atirador desportivo, ou colecionadores. Entre 2004 e 2017, foram vendidas 805.949 armas de fogo no Brasil de forma legal, segundo a Polícia Federal. Até janeiro de 2018, últimos dados disponíveis, havia 646.127 pessoas com registros ativos na PF, a maior parte deles de pessoas físicas (328.893), e de segurança privada (244.512).
Revendedores de armas em Goiânia ainda vivem a expectativa de aumento nas vendas. No Grupo Pantanal, o gerente Flávio Silva Cavalcante explicou que a procura cresceu em torno de 10%. “Mas muita gente confunde porte com posse. A maioria acha que vai chegar aqui e sair com a arma. Não é assim, primeiramente tem de seguir os trâmites legais, obter autorização, realizar os exames necessários e treinamento. Fazemos todos os esclarecimentos para o comprador”, explicou.
Segundo ele, caso o Congresso Nacional aprove a flexibilização do porte, as vendas vão aumentar. “Com a possibilidade de porte da arma haverá um incremento maior nas vendas”, afirmou. Na loja Pantanal, a arma mais vendida é o Rifle calibre 22, bastante procurado para atiradores esportivos e fazendeiros. Já armas curtas, revólveres calibre 38 e pistolas tem grande procura.
Em uma das empresas consultadas pelo EMPREENDER EM GOIÁS, que pediu para não ter o nome citado, explicou que no Estado não houve incremento significativo de vendas. Os equipamentos mais vendidos continuam sendo a carabina calibre 22, com preço inicial de R$ 1,5 mil, e o revólver calibre 38, a partir de R$ 2,9 mil.
Para os vendedores, a maior motivação para aquisição de arma de fogo é a sensação de insegurança. Segundo eles, a escalada da violência e o aumento do número de furtos e roubos em todas as suas modalidades servem de incentivo para a compra de revólveres e pistolas para uso doméstico. Já as carabinas são bastante procuradas por aqueles que pretendem praticar o tiro esportivo.
Aulas de tiro
O instrutor de tiro Thiago Brey diz que aumentou a demanda por aulas práticas nos últimos dias. Segundo ele, a procura por armamento vem crescendo anualmente devido à escalada da violência no Brasil, mas foi intensificada a partir de janeiro com a mudança na legislação. Para ele, a expectativa do mercado é pela facilitação da retirada do porte de arma de fogo, que atualmente tem muitas barreiras e, na maioria dos casos, é negado pela Polícia Federal. Para obter a autorização para posse da arma, o cidadão, segundo o instrutor de tiro, deverá declarar efetiva necessidade de possuir o armamento. O registro da arma passou a ter validade de dez anos.
De acordo com Thiago Brey, o melhor caminho a ser percorrido para aqueles que pretendem adquirir uma arma é procurar um despachante. A Polícia Federal exige a apresentação de requerimento, de autorização para aquisição, da nota fiscal e do comprovante bancário de pagamento da taxa através da Guia de Recolhimento da União. O custo total do processo chega varia de R$ 500 a R$ 700 – este último valor é para o caso de contratação de um despachante. É importante, segundo Thiago Brey, realizar treinamentos de tiro, para que a arma seja manuseada corretamente. O custo do treinamento é variável, dependendo do local onde for realizado e da quantidade de disparos. Cada munição custa de R$ 5 a R$ 6 e é comum o aluno disparar cem vezes em cada instrução.