Somente neste ano, 35 empresas anunciaram interesse de investir em novas fábricas ou na expansão das já existentes em Goiás. O total dos investimentos pode chegar a R$ 2,5 bilhões, com a geração de mais 15 mil empregos diretos e indiretos em vários municípios goianos. São empreendimentos dos mais variados segmentos como biocombustíveis, indústria têxtil, […]
Somente neste ano, 35 empresas anunciaram interesse de investir em novas fábricas ou na expansão das já existentes em Goiás. O total dos investimentos pode chegar a R$ 2,5 bilhões, com a geração de mais 15 mil empregos diretos e indiretos em vários municípios goianos. São empreendimentos dos mais variados segmentos como biocombustíveis, indústria têxtil, alimentos, energia, mineração e maquinários agrícolas. Entretanto, tratam-se apenas protocolos de intenção. Para que se tornem realidade é necessário que o governo de Goiás, especialmente a Secretaria de Economia, aprove a concessão de incentivos fiscais para as empresas.
Neste ponto, falta consenso no Estado. O governador Ronaldo Caiado, em discurso na solenidade da assinatura de 15 novos protocolos nesta semana, com a possibilidade de concretizarem R$ 1,5 bilhão em novos investimentos privados, enfatizou a importância da geração de empregos. “Não existe nenhuma política social com maior alcance e resultado do que aquela que gera emprego”, disse. Também frisou sobre a sua preocupação em dar celeridade ao registro de pessoas jurídicas e a manutenção dos incentivos fiscais. “Nosso objetivo é dar oportunidades aos cidadãos e movimentar a economia de Goiás”, destacou.
A atração de novas indústrias é intermediada pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), onde são assinados os protocolos de intenção. O secretário estadual Wilder Morais afirmou que a instalação das empresas que anunciaram neste ano a intenção de investir em Goiás deve demorar até dois anos. Isto, a partir de concluído no governo todo o processo de viabilização destes investimentos. “Garantiremos um incremento de R$ 400 milhões por ano na arrecadação do ICMS para o Estado, além de acrescentar mais de R$ 8 bilhões no nosso PIB. O governo tem que dar celeridade para que as empresas venham operar no Estado o mais rápido possível”, enfatizou.
Este é o maior desafio. Desde o início da sua gestão, no objetivo de aumentar a arrecadação do Estado e reduzir o que chama de “renúncia fiscal”, a Secretaria de Economia tem feito críticas à política dos incentivos fiscais. Embora participou das duas solenidades com o governador Caiado da assinatura dos protocolos de intenção de investimentos, a secretária Cristiane Schmidt (Economia) tem declarado em outros eventos e em entrevistas sobre a necessidade de rever os programas de benefícios para as empresas privadas investirem no Estado.
É na Secretaria da Indústria e Comércio que são iniciadas as tratativas com os empresários para novos investimentos privados, que resultam nos protocolos de intenção. Mas a palavra final sobre a autorização ou não para a concessão de novos incentivos é da Secretaria da Economia.
Presidente da Adial Goiás, Otávio Lage Filho reconheceu o diálogo entre o governo Caiado e o setor produtivo. “De mãos dadas, vamos conseguir fazer com que Goiás seja um exemplo para o Brasil de geração de emprego e crescimento”, disse. Mas enfatizou a importância de incentivar estes investimentos. “Não temos dúvida do papel estratégico dos incentivos fiscais para garantir a maior competitividade da Goiás na atração e manutenção de indústrias e acreditamos que o governo acerta ao abrir as portas do Estado para novos investimentos, que vão garantir um incremento de R$ 400 milhões por ano em ICMS. É importante que esses investimentos se tornem realidade o mais rápido possível, buscando destravar licenças, contratos e os Termos de Acordo de Regime Especial (Tares)”, frisou o líder empresarial.
Por ora, portanto, os R$ 2,5 bilhões em investimentos privados para Goiás com a geração de mais de 15 mil novos empregos diretos e indiretos são apenas uma expectativa para médio e longo prazos.