A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano, foi considerada acertada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sando Mabel. Para ele, a decisão foi estratégica para que o Brasil retome o caminho de […]
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano, foi considerada acertada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sando Mabel. Para ele, a decisão foi estratégica para que o Brasil retome o caminho de crescimento mais consistente da economia.
“Esperamos que, a partir de agora, ocorram sucessivos cortes na taxa de juros, encerrando 2019 em 5%. Lembrando que quanto menor a taxa básica de juros da economia, menores são os custos das operações de crédito e maiores os recursos para a atividade econômica”, enfatizou Sandro Mabel, ao ressaltar também a necessidade do avanço das reformas estruturais.
Conforme a Fieg, com a economia estagnada e inflação próxima ao limite inferior do intervalo definido pelo governo, o Banco Central acertadamente retoma o ciclo de cortes na taxa Selic. Para Sandro Mabel, a demora no ajuste da política de juros colaborou para que o país mantivesse o alto nível de desemprego, desestimulando a produção e o consumo.
Novo ciclo
A redução da Selic (a taxa básica de juros da economia) de 6,50% para 6% ao ano é o primeiro corte da taxa após 16 meses e interrompe sequência de dez reuniões consecutivas de manutenção dos juros. A decisão, que dá início a um novo ciclo de baixa para os juros no Brasil, surge em um ambiente de fraqueza da economia, inflação controlada e aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara.
A Selic está agora em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996, mas o BC passou indicações de que mais cortes estão a caminho. Apesar da redução, o juro real brasileiro (descontada a inflação) ainda é o oitavo maior do mundo. Está em 1,63%, conforme o site MoneYou e a Infinity Asset Management. No topo, estão Argentina (5,23%), México (3,84%) e Indonésia (3,35%).
Ao justificar a decisão mais arrojada, o Copom afirmou que a evolução do cenário e do balanço de riscos para a inflação levou ao cortE. Para o BC, os indicadores de atividade econômica sugerem “possibilidade do processo de recuperaçãoda economia”, mas em ritmo gradual.
A inflação brasileira também está controlada, na visão do BC. As projeções para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2019 e 2020 permaneceram em 3,6% e 3,9%, respectivamente. Abaixo, portanto, do centro da meta de 4,25% este ano e 4% no próximo. A “consolidação do cenário benigno” para os preços deverá permitir “reduções adicionais” da taxa básica, afirmou o Copom em comunicado. O BC indicou também que a frustração com o andamento da reforma da Previdência ainda é o principal risco para a inflação (Com agências)