Em cada dez consumidores que começaram o mês de agosto com o CPF inscrito na lista de inadimplentes, quatro devem até R$ 500 (37%) e a maioria dos inadimplentes brasileiros (53%) tem dívidas que somadas não ultrapassam R$ 1.000. A informação é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de […]
Em cada dez consumidores que começaram o mês de agosto com o CPF inscrito na lista de inadimplentes, quatro devem até R$ 500 (37%) e a maioria dos inadimplentes brasileiros (53%) tem dívidas que somadas não ultrapassam R$ 1.000. A informação é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Conforme os dados apurados pelas entidades, outros 20% devem algum valor entre R$ 1.000 e R$ 2.500, ao passo que 16% tem dívidas entre R$ 2.500 e R$ 7.500. Já as dívidas acima de R$ 7.500 são objeto de preocupação de 10% das pessoas que estão negativadas no Brasil. De acordo com o levantamento, cada consumidor inadimplente tem, no geral, duas dívidas em aberto.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, tendo em vista que muitos brasileiros devem valores relativamente baixos, a liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) servirá, essencialmente, para sanar essas pendências, ajudando o consumidor a voltar ao mercado de crédito. “Para quem está com contas em atraso, esse recurso extra poderá aliviar o bolso. Mesmo para quem tem uma dívida maior, esse dinheiro pode abater parte do valor do débito e contribuir em uma renegociação com parcelas menores, que possam caber no orçamento”, analisa.
Água e energia
Conforme as entidades, as dívidas relativamente baixas podem ter relação com o tipo de conta que o brasileiro tem deixado atrasar. De acordo com o indicador, o atraso no pagamento de contas de água e luz cresceu 16,3% em julho ante o mesmo mês de 2018, a maior entre os setores. Em segundo lugar aparecem as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos, que avançaram 2,25% na mesma base de comparação.
Já os atrasos de contas de serviços de comunicação, como telefone, internet e TV por assinatura, caíram 19,51%, enquanto os atrasos no crediário ou boleto, geralmente contraídos no comércio, recuaram 4,25%. No total, considerando todos os tipos de dívidas, houve uma pequena retração de 0,91% em julho deste ano ante igual mês do ano anterior, a sétima queda seguida na série histórica.
De modo geral, o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em lista de inadimplentes continua crescendo: avanço de 1,73% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ainda assim, houve uma desaceleração, pois em julho de 2018, a alta havia sido de 4,31%. O dado observado em julho é o segundo menor desde 2011, início da série histórica.
Bancos
Embora os atrasos com serviços básicos para o funcionamento da casa tenham crescido mais no mês de julho, a maior parte (53%) das dívidas em aberto no Brasil tem alguma instituição financeira como credor. Já o comércio responde por uma fatia de 17% do total de dívidas, enquanto o setor de comunicação por 11% e as contas de água e luz completam o ranking com 10%.
Em julho, o crescimento mais expressivo na quantidade de inadimplentes foi observado na Região Norte, que teve alta de 4,19% na comparação com o mesmo mês de 2018. No Sudeste, o volume de inadimplentes avançou 3,66%, ao passo que no Sul, 1,83%. No Centro-Oeste e Nordeste, houve pequenos recuos de -0,90 e -0,87%, respectivamente.