Os prefeitos dos municípios goianos com grandes polos industriais partiram para a defesa pública pela manutenção dos incentivos fiscais no Estado. Já se posicionaram os prefeitos Roberto Naves (Anápolis), Gustavo Mendanha (Aparecida de Goiânia), José Antônio (Itumbiara) e Rogério Troncoso (Morrinhos). O discurso pró-incentivos se soma aos dos empresários e trabalhadores que, numa frente de […]
Os prefeitos dos municípios goianos com grandes polos industriais partiram para a defesa pública pela manutenção dos incentivos fiscais no Estado. Já se posicionaram os prefeitos Roberto Naves (Anápolis), Gustavo Mendanha (Aparecida de Goiânia), José Antônio (Itumbiara) e Rogério Troncoso (Morrinhos). O discurso pró-incentivos se soma aos dos empresários e trabalhadores que, numa frente de 30 entidades, têm realizado o seminário Movimento em Defesa do Desenvolvimento e dos Empregos nos maiores municípios goianos.
“A atração de indústrias teve um papel fundamental para a transformação da economia de nossa cidade. Isto só foi possível com os incentivos fiscais”, afirmou o prefeito José Antônio, de Itumbiara. Ele ressaltou ainda que, dentro da legalidade, o governo tem de ser um facilitador para atrair empresas e investimentos. “Deveríamos é prestar homenagens aos empreendedores que investem e geram desenvolvimento e empregos no nosso Estado”, frisou. “Defendemos a política de incentivos para investimentos privados, que geram empregos e renda para a nossa população de Morrinhos, inclusive crédito outorgado para usinas do setor sucroalcooleiro”, afirmou o prefeito Rogério Troncoso.
O prefeito Roberto Naves demonstra preocupação com os impactos de uma redução dos incentivos fiscais para a economia de Anápolis, que tem a montadora de veículos do Grupo Caoa e um dos maiores parques farmoquímico do País, instalado no Daia. Disse que gerar uma insegurança apenas beneficiará outros Estados, cujos governos já têm assediado empresas instaladas em Goiás. “Outros Estados já sentiram essa fragilidade e estão assediando empresas instaladas em Goiás. Se a gente vender a ideia que não tem segurança jurídica pra se investir e não mantivermos os incentivos, por que uma indústria vai instalar no Estado?”, questionou Naves.
Já o prefeito Gustavo Mendanha, de Aparecida de Goiânia, alertou para as consequências negativas de uma redução dos incentivos e benefícios fiscais. “Isso preocupa muito não só para Aparecida, mas para todas as cidades que têm essa vocação empresarial. Até porque tem empresas que estão discutindo a saída de Goiás principalmente para ir para Brasília. Não podemos voltar atrás. Uma vez ouvir que o grande governador para Goiás foi Itamar Franco, por ter cortado incentivos e muitas empresas de Minas Gerais vieram para o nosso Estado. Espero que o nosso governo não vá na contramão e repita isso “, enfatizou.
Sindicalistas
Presidentes de sindicatos e federações de trabalhadores em Goiás demonstram forte preocupação com o futuro de milhares de empregos, principalmente nos municípios goianos com forte presença de indústrias incentivadas pelos programas Fomentar e Produzir do Estado. É o que afirmaram na noite da última segunda-feira em Itumbiara, durante o seminário regional Movimento em Defesa do Desenvolvimento e dos Empregos que reuniu mais de 500 empresários, trabalhadores, lideranças políticas e representantes do meio acadêmico da cidade e região. A discussão principal foi sobre os desafios para o Estado vai atrair mais investimentos e gerar mais empregos a médio e longo prazos.
“O setor sucroalcooleiro gera 60 mil empregos diretos em Goiás. Se formos contar as famílias, são 200 mil pessoas que dependem deste salário. Imagina o impacto se, de fato, chegar a um corte de 20% desses empregos como consequência da redução dos incentivos fiscais para as empresas continuarem sendo competitivas e realizarem novos investimentos no Estado? É um risco que nos preocupa muito”, afirmou o presidente da Federação dos Trabalhadores, Empregados e Assalariados Rurais em Goiás (Fetaer), José Maria.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e das Entidades Sindicais Unidas de Itumbiara, Flávio Marani, também mostrou preocupação com a possível redução nos postos de trabalho. Ele reforçou ainda que o setor não suportaria aumento nos impostos e pregou o diálogo. “É preciso que o governo do Estado escute o setor produtivo, os empresários e os trabalhadores. Aumento de impostos não vai gerar renda maior para os cofres públicos. O efeito pode ser o contrário e gerar milhares de demissões”, enfatizou.
Diretor-executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (Adial), Edwal Portilho apresentou no seminário em Itumbiara dados oficiais que mostram que os incentivos fiscais atraíram nas últimas três décadas centenas de empresas e colocaram Goiás como a 9ª maior economia do País. O Estado tem hoje o 7º maior parque industrial do Brasil, é o 7º em arrecadação de ICMS e o 7º em geração de empregos com carteira assinada na indústria. “Mas, desde 2015, os empresários têm sentido uma grande pressão e incertezas. Temos que buscar formas de retomar o crescimento industrial, para que Goiás não perca mais competitividade e deixe de atrair novos investimentos”, alertou.