sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Aparecida pode se tornar numa nova Valônia

Aparecida pode se tornar numa nova Valônia

Parceria entre a Universidade Federal de Goiás e a iniciativa privada quer transformar Aparecida de Goiânia numa nova Valônia, cidade no sul da Bélgica que abriga importantes clusters e polos competitivos em aeronáutica e equipamento espacial, agroindústria, biotecnologia e outros setores. É reconhecida mundialmente por seus inovadores serviços de logística e transportes, que dão fácil […]

26 de novembro de 2019

Valônia, na Bélgica, que se tornou referência mundial na parceria entre governo, setor privado e meio acadêmico para a formação de clusters

Parceria entre a Universidade Federal de Goiás e a iniciativa privada quer transformar Aparecida de Goiânia numa nova Valônia, cidade no sul da Bélgica que abriga importantes clusters e polos competitivos em aeronáutica e equipamento espacial, agroindústria, biotecnologia e outros setores. É reconhecida mundialmente por seus inovadores serviços de logística e transportes, que dão fácil acesso a um dos maiores mercados consumidores do mundo: a União Européia.

Para tornar realidade esse potencial logístico para Aparecida de Goiânia, a UFG e quatro empresas goianas (AllPark, Antares Pólo Aeronáutico, Innovar Construtora e Tropical Urbanismo e Incorporação) protocolaram na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) um projeto para a criação de uma Plataforma de Inovação e Logística no segundo maior município goiano. A proposta solicita R$ 4,3 milhões para subsidiar os estudos para a instalação desse cluster logístico, que pode se expandir até Anapólis, por onde passa a ferrovia Norte-Sul.

Em apenas uma década, Aparecida de Goiânia saiu de 9 mil para 34 mil empresas e concentra mais de 2 mil indústrias. Com o cluster, passará ao estágio de completar as cadeias produtivas, tornando-as mais diversificadas e especializadas. Além da localização privilegiada, entrarão em destaque também a inovação por meio da sinergia entre universidade e setor produtivo – caminho percorrido pela Valônia para alcançar o desenvolvimento atual.

A especialista em transporte e professora da Universidade de Brasília, Yaeko Yamashita, enfatiza a experiência da Valônia, região autônoma da Bélgica, que em 2005 criou clusters e pólos industriais que reforçaram a competitividade regional em setores nos quais já possuía potencial, como aeronáutico e de equipamentos espaciais, agroindustrial, biotecnológico, engenharia mecânica e tecnologia ambiental.

“A Universidade de Liege, com a qual a UFG e UNB têm parcerias, é referência em pesquisas aplicadas. A instituição participou e viabilizou de todos os grandes projetos de desenvolvimento da região da Valônia. Viabilizou, não só o cluster de logística, mas também várias outros de saúde, aeroespacial e química. Elaborou planos muito bem desenvolvidos e isso faz com que a implementação fosse a muito rápida”, diz Yaeko. Para a especialista, Aparecida tem características similares à Valônia. “Tem essa vocação de cluster logístico. A ideia é aproveitar esse conhecimento acadêmico para fazer isso de uma forma mais rápida, juntar Aparecida e Anápolis em termos de negócios logísticos”, afirma.

Goiânia, Aparecida e Anápolis estão a 2 mil quilômetros de capitais e centros consumidores como Belém do Pará – ao Norte, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul – ao Sul, e Porto Velho, em Rondônia – a Oeste do País. A infraestrutura ferroviária da Norte-Sul, com um total de 1.537 quilômetros, é considerada a espinha dorsal de transporte de carga no Brasil e irá entrar operação em 2021.
“A ideia é juntar Aparecida e Anápolis em termos de negócios. O mundo todo está com olhos voltados para o Brasil, porque sabe que o País será o grande celeiro do mundo, pois, em termos de infraestrutura, os países desenvolvidos não têm mais para onde progredirem. Ninguém precisa se preocupar com o dinheiro, pois se você tiver um bom projeto, ele vem”, ressalta a professora da UNB.

Jesiel Freitas Carvalho e Júlio Cesar Valandro, da UFG, com a especialista Yaeko Yamashita (UNB) e o empresário Marcos Alberto Bernardo Campos no polo empresarial em Aparecida

Polo Aeronáutico
Serão iniciadas no primeiro semestre de 2020 as obras do Antares Polo Aeronáutico, em área de 209 hectares, com aeroporto executivo com pista de pouso e decolagem de 1,8 mil metros, terminal de embarque e desembarque, posto para abastecimento, pista de acesso aos hangares (taxiway), Fixed Base Operator (FBO) completo para assistência aos proprietários de aeronaves, estacionamento para visitantes e área destinada para helicentro e hotel.

Haverá ainda área de 654 mil m² para hangares de aviação executiva, de manutenção de aviões, escolas de aviação, empresas de compra e venda de aeronaves, peças e fornecedores em geral. O empreendimento, que será construído ao lado do campus da UFG e do condomínio empresarial All Park, é do grupo formado pela Tropical Urbanismo e Incorporação, Innovar Urbanismo/Aeroar e CMC/BCI.

Segundo o diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG, Júlio Cesar Valandro, o projeto de se criar um cluster logístico de Aparecida se assemelham a experiência de Valônia , no sul da Bélgica, não apenas referente à localização estratégica, mas também quanto à questão da inovação. “É aí que entre a parceria entre a universidade e empresas para que se faça a inovação aplicada. Seguramente, essa é uma relação de sinergia, de ganhos bilaterais”, frisa.

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