segunda-feira, 29 de abril de 2024
Caiado engaveta venda de ações da Saneago

Caiado engaveta venda de ações da Saneago

O governador Ronaldo Caiado decidiu adiar, por tempo indeterminado, a oferta de 49% das ações da Saneago para o setor privado (via IPO) que estava previsto inicialmente para ocorrer no primeiro trimestre deste ano. A informação foi publicada hoje (11/02) pelo jornal Valor Econômico. O motivo seria uma espécie de boicote vindo de Brasília, mais […]

11 de fevereiro de 2020

O governador Ronaldo Caiado decidiu adiar, por tempo indeterminado, a oferta de 49% das ações da Saneago para o setor privado (via IPO) que estava previsto inicialmente para ocorrer no primeiro trimestre deste ano. A informação foi publicada hoje (11/02) pelo jornal Valor Econômico. O motivo seria uma espécie de boicote vindo de Brasília, mais especificamente da Secretaria Especial de Privatizações do Ministério da Economia. Também pesou contra a operação a malsucedida venda da distribuidora de energia Celg ao grupo italiano Enel, em 2016.

Caiado depende de um compromisso firme com as privatizações para que Goiás possa ser admitido no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governo federal. Ocorre que os problemas com a Celg resultaram em uma grande rejeição às privatizações por parte da população, segundo informou o governador ao jornal. Caiado, ainda assim, alerta que a não admissão de Goiás no regime especial vai resultar em um colapso financeiro e administrativo de proporção inimaginável.

Além da rejeição imediata da população – e da classe política local – à qualquer proposta de privatização, Caiado disse que a oferta de ações da Saneago, que estava prevista para fevereiro, iria dificultar a renovação do contrato da empresa com as cidades de Goiânia e Anápolis, que representam 50% da receita. O contrato da empresa com a capital foi renovado há três semanas.

O Estado tem até o dia 6 de abril para encontrar uma solução, quando perde validade uma liminar obtida junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que garante a Goiás o não pagamento de dívidas com o Tesouro Nacional. “Se eu não tenho a liminar e nem o RRF, não há plano B. O plano B é fechar para liquidação”, explicou Caiado.

A dívida do Estado com o Tesouro em abril será da ordem de R$ 1,8 bilhão. Sem a liminar do STF, esse valor terá que ser pago, o dinheiro do Fundo de Participação dos Estados será bloqueado imediatamente e também serão cortadas as receitas oriundas de emendas parlamentares. “Não fecho a folha de pagamento dos servidores”, diz o governador.

O governador apontou ainda uma influência negativa da Secretaria Especial de Privatizações do Ministério da Economia, que estaria passando ao mercado sinais negativos em relação à Saneago. Segundo Caiado, o secretário Salim Mattar reclamou da forma como o governador vinha criticando a privatização da Celg, alegando que isso poderia manchar a agenda de privatizações. Caiado enfatizou que a oferta de ações da Saneago ficará suspensa até que não haja mais, “por parte da Secretaria Especial de Privatizações, a política de tentar desconsiderar e desqualificar o IPO”. O governador informou que a secretaria tem passado ao mercado a informação de que o negócio só atrairia aportes especulativos.

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