Caramuru fatura R$ 4,1 bilhões e dobra seu lucro

O faturamento bruto do Grupo Caramuru se manteve estável no ano passado, segundo balanço divulgado pela empresa, em R$ 4,1 bilhões. Mas o lucro líquido da empresa teve aumento de 133%, de R$ 102,7 milhões (2018), para R$ 240 milhões (2019). Embora havia expectativa de maior aumento das vendas, foi o segundo ano consecutivo de forte crescimento nos resultados da empresa, que tem sede em Itumbiara (GO) e atua em diversos segmentos econômicos, mas principalmente no agronegócio, sendo uma das maiores processadoras de soja do Brasil.

A empresa investiu R$ 82,8 milhões no ano passado na ampliação da sua capacidade de armazenagem, modernização e ampliação do processo produtivo, ganhos de escala e otimização de seus processos administrativos. Os principais investimentos realizados foram na ampliação da planta de biodiesel e na planta de destilação de glicerina em Ipameri (GO), na produção de álcool e lecitina na unidade de Sorriso (MT), na automação da planta de extração e preparação e projeto prevenção e combate a incêndio na unidade de Itumbiara. A Caramuru investiu R$ 115 milhões para construir a primeira fábrica do mundo de etanol de soja, em Sorriso, responsável por quase um quinto do faturamento do grupo empresarial.

A Caramuru começou na década de 60 com um moinho de fubá e uma máquina de arroz em Maringá (PR), comprado anos depois pela família Borges de Souza e se tornou um dos maiores grupos no processamento de soja, milho, girassol e canola do País. Está presente com fábricas e operações em Goiás, Paraná, Mato Grosso e São Paulo nos segmentos animal, industrial, produtos de consumo, commodities, biodiesel e logística. Por meio de diversas linhas de produtos naturais atende consumidores de praticamente todos os Estados brasileiros e fornece matéria prima para fabricantes de massas, biscoitos, snacks e de outros segmentos como cervejarias, mineradoras e a indústria de ração. O grupo também atua na logística de movimentação de produtos e grãos, com investimentos no Porto de Santos e Tubarão, em ferrovias e na Hidrovia Tietê-Paraná.

“A cada sete anos revisamos nossa visão e posição no mercado. Analisamos e, se for o caso, reorientamos nossos planos para os próximos sete anos. É uma estratégia que vem dando certo”, disse o presidente do grupo empresarial, Alberto Borges, no ano passado ao EMPREENDER EM GOIÁS em alusão à estratégia para não ficar dependente da exportação de grãos in natura. “Cerca de 83% da soja brasileira vai para China em grão, sem nenhum valor agregado”, enfatizou.

A Caramuru montou sua estratégia concentrando em produtos diferenciados, com maior valor agregado, principalmente para o mercado europeu. Com unidades fabris em Goiás (Itumbiara, São Simão e Ipameri), Paraná (Apucarana) e Mato Grosso (Sorriso), a empresa concentra sua produção no processamento de grãos não transgênicos e fabricação de óleos especiais, como canola e girassol, dentre outros produtos de maior valor. Outro produto diferenciado é o processamento de proteína concentrada de soja, subproduto de alto valor proteico que substitui a farinha de peixe na alimentação animal. As cerca de 600 toneladas/dia produzidas na fábrica de Sorriso (MT) vão para alimentar criadouros de salmão na Noruega, Dinamarca, Chile e países asiáticos.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CARAMURU

• Esmagamento de soja, milho, girassol e canola para extração de óleo bruto, biodiesel refinado e outros derivados;
• Industrialização de milho “in natura” e derivados de milho (farinha, fubá, canjica, óleo, “pellets”, etc.);
• Exportação de soja e milho em grãos e seus derivados;
• Comercialização de produtos importados, tais como milho de pipoca e azeite de oliva, entre outros;
• Prestação de serviços de operação portuária, transporte e armazenagem de grãos e operação de transporte multimodal;
• Produção, comercialização e transmissão de energia por conta própria ou de terceiros;
• Participação na Controlada Intergrain Company, sediada em Bahamas, que atua na importação e exportação de soja, milho em grão e seus derivados;
• Participação no Terminal de Santos S.A, na exploração e operação de instalações portuárias e movimentação de produtos agrícolas a granel e de outras mercadorias afins;
• Participação na Companhia de Armazéns Cerrado do Brasil, em Vitória (ES), na operação de silo graneleiro no Porto de Tubarão.