O setor produtivo, por meio do Fórum de Jovens Lideranças Empresariais de Goiás, enviou ao governo de Goiás um ofício com uma série de reivindicações do setor para enfrentamento da crise econômica decorrente da quarentena para enfrentar a Covid-19. O documento, que foi entregue ao presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, pede mais facilidade para […]
O fórum é composto pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços (Acieg Jovem), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Jovem), Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg Jovem) e Federação das Associações dos Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás Jovem (Faje-GO). O documento foi assinado por Ricardo Santos, da Fieg Jovem; Gabriela Moreira, da CDL Jovem; Thais Santos, Fieg Jovem; e Emerson Tokarski, presidente do Faje-GO.
Segundo Tokarski, no início da quarentena o governo estadual anunciou uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões para médios, pequenos e micro empresas, que tiveram faturamento atingido devido à quarentena. Porém, na prática, de acordo com ele, os empresários não têm conseguido acessar essas linhas. “Estamos aguardando respostas efetivas [do governo]. O empresário precisa de recursos para fazer a máquina girar”, diz. O presidente da Faje explica que a obtenção de recursos junto à Goiás Fomento trava devido à burocracia e excesso de exigências. “Poucos empresários conseguem [obter financiamento]. Os recursos acabam chegando a quem menos precisa. Os pequenos sofrem muito com as questões das garantias e exigência de credores”, explica.
Por isso, as entidades que representam os jovens empresários solicitam que o governo explicite os valores realmente disponíveis para micro, pequenos e médios empresários; diminua ou elimine garantias para valores acima de R$ 50 mil; amplie o crédito a R$ 200 mil; permita a liberação de crédito para aqueles que tenham alguma restrição, mediante garantia por fiador; e que disponibilize acesso rápido e ágil ao crédito para micro e pequenas empresas.
No ofício, além das questões relativas às linhas de crédito da Goiás Fomento, as entidades empresariais solicitam a desoneração da carga tributária, o parcelamento ou postergação dos pagamentos de ICMS e do Protege (fundo que banca ações sociais do governo por meio de impostos) e o parcelamento de débitos para contas comerciais junto à Saneago, bem como atuação junto à Enel com o mesmo objetivo. “O ofício não é de oposição, é propositivo. Propomos soluções. O que a gente viu, até agora, foram medidas do governo federal. Em que o governo estadual está apoiando?”, questiona. Nesse sentido, as entidades solicitam uma série de informações sobre o combate à Covid-19.
A Fieg Jovem, Acieg Jovem, CDL Jovem e a Faje-GO querem saber o número de máscaras que serão disponibilizadas para a população, pedem aumento nas campanhas de conscientização de hábitos saudáveis (como o incentivo ao uso do álcool em gel e higienização das mãos) e a fiscalização de estabelecimentos que estejam em funcionamento. “Apoiamos a quarentena, mas queremos saber como o Estado está se equipando. Senão esse esforço não terá valido nada”, afirma Tokarski.
Procurado pelo EMPREENDER EM GOIÁS, o presidente da Goiás Fomento, Rivael Aguiar, explica que seguindo orientação do governador Ronaldo Caiado a agência promoveu desburocratização dos processos, facilitando o acesso às linhas de crédito. Entre as medidas estão o fato de a Agência não estar mais exigindo a taxa de alvará de 2020, só de 2019. Também não está mais exigindo a licença ambiental nem questionário socioambiental para empréstimos até R$ 100 mil. Esclareceu ainda que as exigências de certidões, garantias e SPC-Serasa para concessão de crédito obedecem às normas do Banco Central. Segundo ele, a Goiás Fomento também solicitou junto ao Banco do Brasil autorização para operar a linha de crédito do FCO para capital de giro, com juros de 2,5% ao ano e carência até dezembro de 2020.