China veta importação de frangos da São Salvador Alimentos

Uma das maiores indústrias de proteína de frango do Brasil, a goiana São Salvador Alimentos (SSA) foi um dos dois frigoríficos brasileiros (o outro é o Bello Alimentos, de Mato Grosso do Sul) que começaram esta semana com uma péssima notícia: o governo chinês informou ontem (30/01) que suspendeu a importação dos produtos das duas empresas. A decisão foi da Administração Geral de Alfândegas da China, que ainda não explicou a motivação. O Ministério da Agricultura vai pedir esclarecimentos ao governo chinês.

A SSA informou em nota que as causas da suspensão estão sendo analisadas junto aos órgãos competentes, para que sejam adotadas toas as providências necessárias para reativar o quanto antes a referida habilitação. Também reafirma “seu compromisso com a excelência operacional de suas unidades e consequente qualidade e segurança de seus produtos”.

Não é a primeira vez que o país asiático suspende a importação de carne brasileira. Em setembro, a China suspendeu as compras de carne bovina brasileira depois de ser informada pelo próprio governo do Brasil que haviam sido identificados dois casos atípicos do mal da vaca louca no país, um em Belo Horizonte (MG) e o outro em Nova Canaã (MT). A expectativa do governo brasileiro era que a China retomasse as importações tão logo a origem dos casos fosse esclarecida, o que não aconteceu. O governo de Pequim só liberou a entrada do produto brasileiro quase quatro meses depois.

O Brasil bateu recorde de produção e exportação de carne suína e frangos em 2021 e a China é o principal destino das vendas destes produtos para o exterior. Com sede em Itaberaí e uma segunda fábrica em Nova Veneza, a SSA exporta um terço da sua produção para mais de 60 países, mas o mercado asiático é seu principal mercado externo.

Para este ano, a empresa goiana planeja aumentar os abates de aves. “A perspectiva é positiva para 2022. Com alguma cautela, mas mais pelo macro do que pelo setorial. Incerteza no mundo político, câmbio com uma volatilidade gigantesca. Nossas incertezas são muito mais pelo macro do que pelo setorial”, disse o CFO da SSA, Leopoldo Saboya, para a revista Globo Rural.