terça-feira, 30 de abril de 2024
Alta dos juros deve conter a inflação, mas afetará o PIB

Alta dos juros deve conter a inflação, mas afetará o PIB

O aumento, já esperado, em 1,5 ponto porcentual dos juros básicos da economia brasileira, promovido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou em 1,5 ponto percentual a Selic, deve conter o aumento da inflação no País. Entretanto, o efeito colateral será um crescimento econômico menor para este ano, segundo avaliação de economistas.

3 de fevereiro de 2022

O aumento, já esperado, em 1,5 ponto porcentual dos juros básicos da economia brasileira, promovido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou em 1,5 ponto percentual a Selic, deve conter a inflação no País. Entretanto, o efeito colateral será um crescimento econômico menor para este ano, segundo avaliação de economistas. A Taxa Selic passou de 9,25% para 10,75% ao ano na primeira reunião do Copom em 2022 e a oitava alta consecutiva dos juros básicos. É a primeira vez desde maio de 2017, após quase cinco anos, que o Brasil volta a ter juro básico de dois dígitos.

A Taxa Selic é a principal ferramenta do Banco Central para conter a inflação, que no passado ficou em 10,06%, estourando o limite máximo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para as próximas reuniões, o Copom sinalizou continuar com a estratégia de elevar a Selic para conter a inflação. No entanto, o mercado prevê que as altas nos juros devem ser menores e mais espaçadas neste ano.

O aumento da Selic produzirá três consequências. Primeira, vai conter a inflação, que no ano passado acumulou alta de mais de 10%. O mercado já aposta para todo o ano de 2022 em inflação de pelo menos metade da que foi produzida em 2021 (5,38%). A segunda consequência é uma provável valorização do real em relação ao dólar, o que reduzirá custos com importações, ajudando a derrubar os preços no Brasil. E a terceira: juros maiores devem afetar ainda mais o crescimento econômico deste ano, em que as previsões são de um crescimento de apenas 0,5% para o Produto Interno Bruto (PIB).

Os juros mais altos tornam mais caro tomar dinheiro emprestado, o que deve botar um freio nos investimentos das empresas, desacelerando a geração de empregos e a atividade econômica como um todo. A economista Luana Miranda afirma que o Banco Central já está de olho na inflação de 2023 ao tomar suas decisões nesse início de ano. “Para 2023, a expectativa para a inflação está um pouco acima da meta, em 3,5%, o que é desconfortável para o BC, pois é um horizonte ainda distante”, diz Miranda.

A política monetária leva um certo tempo para ter efeito na economia, cerca de quatro trimestres, segundo estudos do próprio Banco Central. Assim, como o BC começou a subir os juros em março de 2021, e seguiu elevando as taxas durante os meses seguintes, apenas ao longo de 2022 os efeitos desse aperto monetário deverão passar a ser sentidos de fato na economia.

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