sábado, 27 de abril de 2024
Inadimplência cresce e lojistas buscam negociação

Inadimplência cresce e lojistas buscam negociação

Em média, cada goiano deve cerca de R$ 4,3 mil, que no montante total equivale a uma dívida de R$ 9,6 bilhões. Lojistas goianos buscam renegociar dívidas dos clientes.

1 de setembro de 2022

Cristiano Caixeta, do Sindilojas: “Fundamental nesse momento é negociar”

O número de pessoas endividadas e as taxas de inadimplência no comércio varejista em Goiás têm aumentado com a crise, levando lojistas a investirem em estratégias de negociação para minimizar prejuízos e trazer os clientes de volta. Por seis meses seguidos, o volume de endividados cresce em Goiás, revelam dados da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg). Na comparação com o período pré-pandemia, em janeiro de 2019, são quase 30 mil pessoas a mais com o nome negativado. Ao todo, são 2,23 milhões – ou 41,08% dos goianos – com o nome sujo.

Em média, cada goiano deve cerca de R$ 4,3 mil, que no montante total equivale a uma dívida de R$ 9,6 bilhões. Dados do Sistema Câmara de Dirigentes Lojistas (SCDL) mostram um aumento de 5,2% no mês de julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse mesmo mês, em 2022, cada consumidor negativado no Estado devia, em média, R$ 3.541,62 na soma de todas as dívidas.

O porcentual chega a 50,6% quando se fala em dívidas de até R$ 1 mil. O tempo médio de atraso dos devedores de Goiás é de 27,4 meses, mas 32,2% deles possuem tempo de inadimplência de um a três anos.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), Cristiano Caixeta, afirmou ao EMPREENDER EM GOIÁS que o problema do aumento da inadimplência tem múltiplas causas. Para ele, um dos pontos mais sensíveis é a negociação. “Fundamental nesse momento é negociar. É o consumidor ir até o lojista, fazer uma negociação bem feita. É isso o que recomendamos”, aconselha. Dessa forma, pontua que o cliente voltará a ter crédito no mercado.

Fatores

Para Caixeta, o primeiro fator para essa situação é o desemprego. “Aumentando a empregabilidade aumentando, vai colaborar para a redução da inadimplência”, diz Cristiano Caixeta, citando a inflação como segunda causa. “Se a inflação cair, o mercado fica melhor. Com um índice mais baixo, menor o juro e mais facilidade para o cliente pagar”, avalia, acrescentando a negociação como terceiro fator para equilibrar a situação.

O diretor financeiro do grupo Novo Mundo, Alex dos Santos Lima, revelou ao EMPREENDER EM GOIÁS que desde o início do ano a empresa adotou medidas para facilitar o pagamento de parcelas dos clientes, permitindo o parcelamento no cartão de crédito, reperfilando a dívida, dando desconto de até 100% dos juros. “Dependendo do prazo de vencimento da dívida que está em atraso, conseguimos dar desconto até no principal”, revela Alex.
“Entendemos que o cliente realizou um sonho, comprando um produto.

Porém, por alguma condição extra, não está conseguindo honrar com seus pagamentos. Por isso criamos alguns mecanismos”, explica o diretor financeiro do grupo Novo Mundo. “Pensamos muito na forma de abordagem. Queremos que esse cliente esteja sempre em dia conosco ou o mais próximo disso para ter uma recorrência”, acrescenta.

Ele revela que, hoje, 60% das vendas são de clientes que já são da Novo Mundo. “Isso mostra a fidelidade desse cliente. É óbvio que não deixamos de cobrar, mas fazemos de uma forma que aperte o mínimo possível no seu orçamento”, esclarece.

Como diminuir a inadimplência

  • Seja amigável durante a cobrança, medida que inclusive está prevista no Código de Defesa do Consumidor;
  • Estabeleça benefícios para premiar os clientes que pagam em dia, como descontos, bônus para as próximas compras;
  • Esteja aberto à negociação com o cliente inadimplente, o que aumenta as chances de receber e de ter um bom relacionamento;
  • Diversifique as formas de pagamento, como boleto, débito automático;
  • Cultive um bom relacionamento.
    Fontes: SCDL e RD Station

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