Cosmefar prevê dobrar de tamanho em 2023

A indústria goiana Cosmefar prevê dobrar de tamanho em 2023. Com fábrica em Aparecida de Goiânia, atua na área de cosméticos e produz insumos de alta tecnologia para indústria do setor. Com foco na exportação das matérias-primas que produz, especialmente os peptídeos – é a única empresa que sintetiza no Brasil essa molécula fundamental para a produção.

A maioria das indústrias, hoje, importa o produto da Coreia do Sul, Alemanha e Chile. “A meta global da Cosmefar é dobrar de tamanho. Já estamos trabalhando em 2023”, afirma Guilherme Ferreira ao EMPREENDER EM GOIÁS. Ademais, o empresário diz que o planejamento para 2022 já foi todo atingido.

Esse crescimento inclui novas contratações e também a expansão da área onde a indústria está instalada, dos atuais 1,5 mil metros quadrados para cerca de 5 mil metros quadrados de área construída. “É um projeto ambicioso, agressivo, mesmo em um cenário em que os juros não ajudam, mas já estava planejado há aproximadamente três anos, não há curto prazo em nosso negócio”, diz Guilherme Ferreira.

O segredo para essa eficiência? “Planejamento, foco no resultado, gestão de alta performance e educação”, diz o executivo. Conforme Guilherme, há uma reunião semanal com diversas áreas e uma quinzenal com todos os 90 colaboradores da empresa para tratar da cultura organizacional. “Essa pausa na produção na produção tem um custo alto, mas é fundamental”, frisa Guilherme.

A empresa também ampliou seu setor de desenvolvimento de tecnologia, o que dá sustentação a essa expansão, com a compra de três empresas desse setor, que, juntas, vão formar a Glia Innovation.

Tecnologia

Farmacêutico e mestre em Ciências Farmacêuticas, além de ter atuado como professor universitário, Guilherme Ferreira revela que foram feitas novas contratações e hoje a empresa conta com seis PhDs e dois mestres. Portanto, segundo ele, é comparável ao capital humano das multinacionais gigantes da indústria de cosméticos. “Trouxemos um time de cientistas, não há como crescer sem praticar ciência”, afirma.

A ideia agora é investir na exportação de tecnologia, com contratações de especialistas na área. Recentemente, a Cosmefar exportou 40 quilos de insumos para o Chile. Segundo Guilherme, o valor corresponde a cerca de 8 mil quilos de soja. “É importante fazer esse paralelo para que as pessoas vejam que a ciência agrega valor ao produto e queremos fortalecer a venda para outros países desses insumos de alto valor agregado, além de aumentar a participação no mercado brasileiro”, diz.

Atualmente, a empresa goiana conversa com as dez maiores empresas de cosméticos do Brasil, mas Guilherme não revela nomes, por motivos estratégicos. “Somos o único grupo que sintetiza peptídeos aqui, desenvolvemos a molécula aqui”, justifica.

Recentemente, a empresa desenvolveu uma linha de cosméticos para uma grande rede de lojas de confecções e tecidos do setor varejista (os nomes de alguns dos parceiros não são revelados por estratégia). A ideia é que a marca ofereça um novo produto e, consequentemente, converse com um outro mercado e aumente seu ticket médio. Além de reforçar o nome da marca.

Produção

Hoje a Cosmefar produz mais de 700 sku (do inglês stock keepingunit, um código de identificação atribuído a um produto). A empresa não tem marca própria, terceiriza a produção, desde xampu, condicionador até dermocosméticos, que são o carro-chefe da empresa, todos com tecnologia embarcada. E entrega produtos prontos e insumos.

Guilherme destaca que se trata de uma empresa familiar, fundada há 12 anos, quando seu pai e sócio, Lino Ferreira, decidiu apostar no sonho do filho.

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